tag:blogger.com,1999:blog-62229667355046315232024-03-12T21:02:18.476-07:00Não coube nem aquiSe eu tivesse uma descrição competente, quem sabe caberia.Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.comBlogger32125tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-64225507035976946032013-01-18T12:14:00.004-08:002013-01-18T12:14:58.555-08:00Não coube na pasta - 24/09/09<br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Sozinho. Só eu e o sóbrio e sombrio silêncio da sexta soturna, é um sussurro o som que sai ao seio do céu. Uma cigarra sossega, uma sidra se seca, uma sina cega asssina e assassina o sonho que se ia, que só ia sair, que sonhava subir. Sinto o som do segredo, da saia que samba somente e salva a santa semente, que salva silenciosamente.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Ouço passos, traços, sinais devassos, espaços e pausas que faço, e passo, disperto, esparso, imerso em meu próprio espaço.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-86096525074752455322011-07-16T08:07:00.000-07:002011-07-16T08:39:08.822-07:00Não coube na pasta - 24/09/08<div style="text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span">Tem uma pasta minha cheia de textos antigos.</span></b></div><div><div style="text-align: justify;"><b><span class="Apple-style-span">Vou começar a passar tudo pra cá, é um bom lugar pra guardar.</span></b></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Amanhece o dia... um novo recomeço. Eu tento limpar a sujeira da cara, pra poder esquecer, e não lembrar dos problemas (que foram) causados por causas anteriores a eles em si.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">A questão que me indago é se o tempo que passa vai mudar o panorama geral da situação, ou não. Porque todos - ou a grande maioria - reincidem nos mesmos erros, enquanto o resto se contenta em ficar parado, sem fazer nada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">O dia-a-dia pode cansar, a rotina pode até viciar, o cotidiano pode ser a única coisa que acontece o tempo todo. Mas eles não vão me deixar na mão, sei que não, sei que vão insistir em não querer tentar deixar mudar a opinião, em vão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Escurece a noite, cai cada vez mais baixa, eu tento falar o que pensei dizer quando conversava com você. Não é um problema de solução, é o motivo sem causa que adianta tanto pra frente que nem adianta tentar se atrasar atrás - quem não peca, paga o preço do pecado pecado por quem era pra pagar só e sem mais ninguém.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Enquanto uma parte faz as coisas, a outra parte não faz nada! A inércia imóvel da massa omissa maciça, massiva e maçante, amassa a chance do lance, e a missa que amacia a malícia amansa, e a moça diz amém. Ela agradece a falta do que não tem. Pois se tivesse tão certamente iria além. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Levantaria-se de pé, ergueria a cabeça sobre seus ombros, e diria:</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Desta vez, não.</span></div></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-83124197622547466072011-04-21T21:45:00.000-07:002011-04-22T19:24:23.610-07:00[LUTO] - Morte e vida orkutiana<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span">Já faz um tempo que eu quero escrever sobre a morte e</span><span class="Apple-style-span"> como as pessoas lidam com ela, em especial no orkut, que é um bom lugar pra olhar as pessoas se comportando na internet - e como eu já cheguei a andar bastante por ali, acabei vendo uma ou outra coisa interessante. </span><span class="Apple-style-span">Não tenho tanto a falar, porque achei um artigo da <b>intexto</b>, uma revista da UFRGS, que fala do mesmo. Chama-se "<a href="http://seer.ufrgs.br/intexto/article/view/4229">Viver e Morrer no Orkut: os paradoxos da rematerialização do ciberespaço</a>". Vale a pena ler, e dá pra baixar o pdf.</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: medium; "><br /></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"></span></div><div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><i>O artigo se propõe a discutir aspectos relativos à experiência da morte, tal como ela se apresenta no Orkut, site de relacionamentos que se tornou tremendamente popular entre os usuários brasileiros. O que a morte revela sobre a vida no ciberespaço? De que maneira o processo de luto se constrói em um ambiente em que o perfil sobrevive ao usuário? Em que medida a morte dos outros se constitui como uma ocasião para refletir sobre o próprio sentido da vida?</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><i></i></span></div><div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Não vou ficar aqui repetindo a opinião nem as conclusões do texto, e acabei descobrindo que esse assunto nem é tão novo assim, só fui mais um a se pôr a pensar nele. Apenas queria deixar notado também como esse ciberespaço facilita o luto, como fica mais fácil e cômodo lidar com o morto quando ele - ou, usando a nomenclatura do artigo, a <i>persona</i> dele - está ali, digamos, presente para sempre, como uma lápide-corpo, uma casca de árvore. Permite tanto a sinceridade espontânea quanto a fala mais pensada, mais passada: tem perfil de amigo meu falecido que anos depois ainda recebe mensagens belas, de quem sente vontade de conversar - ou simplesmente de passar um recado a ele.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><i></i></span></div><div></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span">pensei em você e vim cá ter ....tomar um cado do seu tempo, já que é um dos poucos anjos que eu conheço...sabe... hoje pensei na vida no céu, se fosse por aqui ia te pedir um mapa, um folder e um postal de souvenir.bjo</span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"></span></div><div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Teve outra que uma vez eu achei muito bonita - foi pouco depois de um acidente de estrada. Bicicleta e caminhão, coisas feitas para não andarem próximas. Deu no que deu. Teve muita gente - eu incluso - que achou muita imprudência do ciclista, e ficou com aquela raiva que a gente fica quando alguém comete um erro grande, mas.. passado o momento, é paciência. E eu me surpreendi com o que o melhor amigo dele falou. Acho que tem a ver um pouco com o que o artigo ali fala da pessoa morrer e então passar a ser revelada, por não controlar mais o que é dito a respeito dela. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"></span></div><div></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span"><br /></span></i></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span">lembra da lua que voce sempre me falo? pois é meu irmao, hoje nao tem lua, pq, pq hoje a lua é voce, lembra que voce falo que nao importa que voce nao acredite em nada, acredite na lua, pois nao importa onde, ela sempre vai ta la, e realmente ela sempre ta, soque hoje quem representa a lua é voce meu irmao, mesmo nao estando aqui hoje, sempre vai ta com a gente =/</span></i></div><div style="text-align: justify;"></div><div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Acabou ficando um post mais de constatação do que de reflexão. Não faz mal.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"></span></div><div></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">PS - Nas anotações pra esse post, tinha o nome de dois amigos meus falecidos.. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">junto do nome de um amigo meu <u>que não morreu</u>, e nenhum asterisco dizendo o porquê. <i>Medo.</i></span></div></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-42810628713301863412011-02-15T10:14:00.000-08:002011-02-15T13:24:47.632-08:00Desespertador<div style="text-align: justify;">Em alguns momentos, nos últimos dias, se ficasse quieto o suficiente, eu conseguia ouvir o barulho do meu despertador. Era como se eu estivesse na beira de um sonho, prestes a acordar e cair da cama.</div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Se isso fosse verdade, eu sentia que seria muito injusto, pois por mais que sonhos não sigam regras, e transitem livremente entre o parafrodisíaco e o pesadelo cruel, neles a sensação de controle da realidade - e mesmo de si mesmo - é menor. Eu pelo menos só sei o que estou fazendo, quando sonho. Nunca me sinto <u>fazendo</u> as coisas, dono de mim. Fato é que esse não era o fato: o mundo estava tão palpável como em qualquer outro dia, com essa exceção do despertador, e talvez o sono que estava me faltando. Umas horas a menos nas duas últimas noites, nada que devesse levar à alucinação, mas talvez o suficiente para alterar a interpretação (mas não a percepção: que fique claro que talvez nem tudo o estivesse para mim) da realidade.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Será que teria a ver? Também me parece pobre demais ser apenas uma imagem residual, o último relógio que tocou, desesperador, anunciando o começo de um dia mais longo após uma noite mais curta. Apesar disso, de uma maneira ou outra a sensação era a oposta: não a brasa que gira e deixa seu traço na retina, mas o cheiro, a antecipação ou lembrança do traço, que chama a brasa como que para confirmar a imagem que ele deixa no ar. Era bem mesmo a sensação de que iria acordar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Eu me ocupei e passou a angústia, passou também uma noite normal terminada com uma manhã convencional: o despertador tocando somente na hora estipulada, e parando de tocar corretamente, ao meu toque. Como a normalidade é impressionante. No entanto, ainda ficou a sensação de <i>jet lag</i>: calma aí, eu não viajei de avião.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Acho que falta ajustar os parâmetros melhor. Estou desafinado com a minha rotina verdadeira.</span></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-73849029288388873412011-01-23T10:27:00.000-08:002011-01-31T16:01:44.216-08:00Charm, persuasion, uncertainty and bloody-mindedness.<div style="text-align: justify;"> ‘How did you get here, actually?’ said the druid. ‘We’re five hundred feet up, unless I’ve got the runes wrong again.’</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Rincewind tried not to think about height. ‘We sort of dropped in as we were passing,’ he said.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘On our way to the ground,’ Twoflower added.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Only your rock broke our fall,’ said Rincewind. His back complained. Thanks,’ he added.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘I thought we’d run into some turbulence a while back,’ said the druid, whose name turned out to be Belafon. That must have been you.’ He shivered. ‘It must be morning by now,’ he said. ‘Sod the rules, I’m taking us up. Hang on.’</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘What to?’ said Rincewind.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Well, just indicate a general unwillingness to fall off,’ said Belafon. He took a large iron pendulum out of his robe and swung it in a series of baffling sweeps over the fire. Clouds whipped around them, there was a horrible feeling of heaviness, and suddenly the rock burst into sunlight.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> It levelled off a few feet above the clouds, in a cold but bright blue sky. The clouds that had seemed chillingly distant last night and horribly clammy this morning were now a fleecy white carpet, stretchingaway in all directions; a few mountain peaks stood out like islands. Behind the rock the wind of its passage sculpted the clouds into transient whirls. The rock—</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> It was about thirty feet long and ten feet wide, and blueish.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘What an amazing panorama,’ said Twoflower, his eyes shining.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Um, what’s keeping us up?’ said Rincewind.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Persuasion,’ said Belafon, wringing out the hem of his robe.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Ah,’ said Rincewind sagely.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Keeping them up is easy,’ said the druid, holding up a thumb and squinting down the length of his arm at a distant mountain, The hard part is landing.’</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘You wouldn’t think so, would you?’ said Twoflower.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Persuasion is what keeps the whole universe together,’ said Belafon. ‘It’s no good saying it’s all</div><div style="text-align: justify;">done by magic.’</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Rincewind happened to glance down through the thinning cloud to a snowy landscape a considerable distance below. He knew he was in the presence of a madman, but he was used to that; if listening to this madman meant he stayed up here, he was all ears.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Belafon sat down with his feet dangling over the edge of the rock.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Look, don’t worry,’ he said. ‘If you keep thinking the rock shouldn’t be flying it might hear you and become persuaded and you will turn out to be right, okay? It’s obvious you aren’t up to date with modern thinking.’</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘So it would seem,’ said Rincewind weakly. He was trying not to think about rocks on the ground. He was trying to think about rocks swooping like swallows, bounding across landscapes in the sheer joy of levity, zooming skywards in a—</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">He was horribly aware he wasn’t very good at it.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> The druids of the Disc prided themselves on their forward-looking approach to the discovery of the mysteries of the Universe. Of course, like druids everywhere they believed in the essential unity of all life, the healing ower of plants, the natural rhythm of the seasons and the burning alive of anyone who didn’t approach all this in the right frame of mind, but they had also thought long and hard about the very basis of creation and had formulated the following theory:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> The universe, they said, depended for its operation on the balance of four forces which they identified as charm, persuasion, uncertainty and bloody-mindedness.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Thus it was that the sun and moon orbited the disc because they were persuaded not to fall down, but didn’t actually fly away because of uncertainty. Charm allowed trees to grow and bloody-mindedness kept them up, and so on.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> Some druids suggested that there were certain flaws in this theory, but senior druids explained verypointedly that there was indeed room for informed argument, the cut and thrust of exciting scientific debate, and basically it lay on top of the next solstice bonfire.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Ah, so you’re an astronomer?’ said Twoflower.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"> ‘Oh no,’ said Belafon, as the rock drifted gently around the curve of a mountain, I’m a computer hardware consultant.</div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-5365244009304157122011-01-21T17:46:00.000-08:002011-01-21T19:58:39.644-08:00Engraçados<div><span class="Apple-style-span" >Engraçado como algumas coisas mudam rápido e a gente nem percebe. </span></div><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >Engraçado como eu acho tudo engraçado. Tem o <i>funny haha</i> e o<i> funny weird</i>, como diria o Alan, e acho que isso eu nunca vou esquecer. O curioso - aqui no sentido de engraçado - é que normalmente eu acho engraçado no sentido de curioso. Mas continuo curioso pelo engraçado, pelo que faz rir, pelo que a gente faz com o riso ou depois de achar engraçado. Já reparou no que você acha engraçado? A guinada no fim da tirinha, da piada, ou mesmo a piada interna - que <b>francamente</b>, pra qualquer pessoa numa condição racional e externa, tem tanta graça quanto sentido. Mas curiosamente - desculpa, agora já não sei - isso não parece lógico, porque chega uma hora que o humor da situação supera o sentido, ou é o riso que já se auto-sustenta e dispensa outras explicações. </span></div><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >Dar risada é uma coisa, por si só, muito engraçada. Repara: a respiração fica toda interrompida, tem gente que ronca que nem porco, um guincha, o outro parece uma hiena. Uma amiga minha ria tão alto (de volume, e de tom também) que chegava a receber umas mensagens de "Acho que você tá no mesmo filme que eu, tô ouvindo sua risada". Sem falar nas quedas ao chão, nos casos asmáticos, ou nas vezes que alguém realmente ameaça morrer de rir. Nessas horas eu não sei se chamo uma ambulância, os doutores da alegria ou tento congelar a cena e isolar a causa do riso. É complicado.</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >Outra coisa <i>peculiar </i>- para não falar engraçada ou curiosa - é como algumas palavras servem para se referir a praticamente qualquer coisa. Para um amigo meu tudo é foda. Morreu alguém? É foda. Morreu de rir então? É foda. A vida não é fácil? É foda. Não, não é uma resposta à pergunta. É apenas uma constatação. E como ele fala isso tanto com um semi-riso no rosto, quanto com uma cara de consternação, dependendo do momento (na verdade não varia tanto assim), é o suficiente para realmente não saber se a foda é boa ou não. Já eu acho engraçado. Acho que se um dia eu me deparasse com meu próprio cadáver estirado na calçada ia achar engraçado. Pelo menos não acho gozado. Pega mal, sabe como é.</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >Sabe? Esse "sabe como é" é outro: completamente indiferente ao leitor saber ou não como é a tal da coisa. Não faz diferença se você realmente acha que o sujeito sabe alguma coisa. Terminar a frase com um "sacumé" é a mesma coisa que dizer "eu não sei se você sabe do que eu estou falando, na verdade nem você sabe se eu sei, mas que fique nos registros que eu sei, pelo menos". Pode ser também "não quero falar disso aqui, é muito constrangedor pra mim" ou então "assunto chato - cortando a conversa AGORA". É de fato uma dessas expressões multifuncionais - apesar de semelhante, é mais ou menos o oposto do foda ali acima. Ainda assim, muito útil, principalmente quando você quer significar dois ou três desses sentidos (ou quando não tem exatamente nenhum em mente). Engraçado, né?</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >Engraçado como algumas coisas mudam rápido e a gente nem percebe. Outras não. Entre o rabugento, o cricri e quem apenas se diverte com o mundo que enxerga não dá um ovo de codorna.</span></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-89001171564389702412010-12-09T19:02:00.000-08:002010-12-11T14:47:23.334-08:002 guys 4 chords<span class="Apple-style-span">Alou, manolos!</span><div><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span">Gravei um vídeo com o Vaca (meu querido colega de CM), da nossa apresentação no Sarau Moleculento. Como tudo o que é gravado por câmera e microfone de notebook, não tá com qualidade profissional, mas quebra um bom galho. É uma paródia, um <i>mashup </i>de <i>mashups</i>, e eu espero que vocês <s>consigam entender o que a gente fala</s> gostem. </span></div><div><br /></div><div>Se não gostarem, também, não faz mal. :D</div><div><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span"><iframe src="http://player.vimeo.com/video/17660895" frameborder="0" height="300" width="400"></iframe><p><a href="http://vimeo.com/17660895">2 guys 4 chords</a> from <a href="http://vimeo.com/user2347053">Victor Coelho</a> on <a href="http://vimeo.com/">Vimeo</a>.</p><p>Créditos: Rob Paravonian e Axis of Awesome. Os originais são deles.<br /></p></span></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-55874912415243773742010-10-17T18:12:00.000-07:002010-10-17T18:31:04.898-07:00Sparkle Smile<div style="text-align: justify;"><span style="font-family: trebuchet ms;">Hoje eu estava no mercado, quando vi um mendigo comprando refrigerante.</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">A aparência não tinha a quem enganar: roupas aos trapos, cabelo, pele e mãos já bastante judiadas, apesar de ser um homem jovem. Mas o que chamava mesmo atenção era a própria situação: um mendigo saindo do mercado carregando uma garrafa de Fanta Uva. o que me deixou imóvel, no entanto, foi o sorriso dele. Era uma pessoa que com certeza tem muito menos facilidades na vida do que eu, que tenho sempre um teto, uma cama, um chuveiro (quase sempre) com água quente, e alimento ao alcance. Sabe-se lá se ele tinha o que almoçar!</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">E mesmo assim, aquela enigmática garrafa PET de Fanta Uva. Na hora, eu nem pensei tanto a respeito, só fiquei deslumbrado pela felicidade nítida e pura estampada na cara do homem. Devia estar pensando na família, ou em alguém que, numa oportunidade rara, ia tomar refrigerante, ia ter aquele luxo de gente que não tem o dinheiro tão contado assim. Era uma alegria tão genuína que eu até desconfio que seja parte invenção minha. Esse tipo de coisa não pode se perder. A gente precisa de tanto pra ser feliz, tem tanta gente entediada com a vida.. vai passar fome, vai. Muda de perspectiva. Não é nem pra criticar os outros, mas eu acho que aquele sorriso não pode ficar só na minha memória.</span><br /></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-58577108236872539972010-09-10T20:57:00.000-07:002010-09-10T21:07:30.046-07:00Obsessão inventada<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Você me fascina.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Não sei se é o momento de encontro entre dois desconhecidos - falsos amigos talvez, mas não tanto a amigos falsos - mas mais a duração de algo tão... sutil, fino, quase inexistente, e ainda assim, esquisitamente estável.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Superficial como superfície, da aparência, mas não de falta de profundidade. Fino, também, mas não, talvez, na qualidade. Relação é forte demais, mas é uma relação fora da causalidade (ou isso alguma lembrança se fez omitir: probabilidade?). São fios que ligam as duas partes, ninguém sabe como, pois ninguém os vê. Quem sabe o que me maravilha tanto é tentar encontrá-los, pois sei que existem. A realidade está aí pra comprovar!</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Quando vejo, estou com suas fotos diante de mim, como para tentar extrair um mínimo de informação, tentar fisgar algum detalhe, algum lampejo desapercebido da sua alma, pois, querendo ou não, sei pouco mais que o seu nome. Posso até ler a sua forma de pensar, o pouco que você externaliza ou intern(et)aliza de seu cotidiano, mas os detalhes banais e desimportantes, ironicamente, fazem falta. Não conheço sua voz, o que faz da vida (ok, o que REALMENTE faz da vida), por outro lado me sinto mais à vontade com você do que com outras pessoas que supostamente conheço - pois esta palavra cada vez faz menos sentido - melhor, ou há mais tempo. Aliás, há quanto tempo? Não sei. Em algum momento a minha memória episódica lembra de ter te encontrado, e nesse instante já fazia tempo que a gente não se via... hein? Na hora até questionei. Me parece mais é que os fios sou eu que estou atando. Mas foi você que acenou primeiro!</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Será que você pensa (em? não, com certeza não) de mim? O que será que pensa? Sou eu que tenho a cabeça fraca ou você também não lembra das nossas conversas sequer terem existido? Não se confunde um estranho assim tantas vezes, e não se leva farsa adiante quando o estranho é o último a perceber. Como posso dizer que alguém me atrai sem ser mal(a) interpretado? Talvez só o fato de ser algo desconhecido e ainda assim tão vibrante, tão exótico a mim e mesmo assim inconscientemente(mente?) familiar. Eu sinto como se tivesse algo a acrescentar, mas é apenas vontade de fazer bater a realidade e a aparência. Estranho construir uma amizade de ponta cabeça, é mais difícil saber de que ponto você partiu, quem dirá onde vai parar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Olhando a sua cara de brava congelada, fico aqui imaginando sua vida, seu jeito de sentir o mundo, e principalmente - eu ignoro o paradoxo - todas as coisas que eu provavelmente imagino errado e me iludo. No entanto, você não sai da minha consciência. Acho que te vi passar, começo a ver coincidências e criar hipóteses para aos poucos ligar os fios e zás, tudo se passa como nada se passasse!...</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Ou talvez o melhor seja descobrir um nome científico pra isso, dizer que é condição clínica ou efeito psicológico, e não esquentar mais a cabeça.</span></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-90836069507166668862010-08-11T19:59:00.000-07:002010-08-11T20:40:58.726-07:00Malabarismo<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://fc05.deviantart.net/fs5/i/2004/349/e/8/The_Juggler_by_spock84.jpg"><img style="display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center; cursor: pointer; width: 600px;" src="http://fc05.deviantart.net/fs5/i/2004/349/e/8/The_Juggler_by_spock84.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><div style="text-align: justify;">De um lado está o perfeccionismo, a ideia de que se algum trabalho ou projeto pelo qual eu me sinta mais ou menos responsável não sair ou sair malfeito, eu não vou (me) perdoar. Não sei até que ponto isso é bom, ou até que ponto é egoísmo e exagero.</div><br />Do outro lado, a noção de que eu tenho que criar prioridades, e de que nem sempre se pode fazer tudo bem feito, de que nem sempre tudo vai sair como eu quero, por mais que eu esteja certo de que estou certo. Sem falar que, acima dos meus objetivos, deve ficar o cuidado com a minha saúde, e com as coisas pelas quais eu já sou responsável. Relacionamento, família e tal.<br /><br />Não chega a ser mania de perfeição, nem tudo precisa sair perfeito, e mesmo se eu não der tudo de mim, ainda é compreensível; eu certamente tenho outra coisa para fazer. Ainda assim, imperfeito é claramente diferente de PORCO - isso é subjetivo, sim, mas também insuportável. É óbvio que eu não passaria a viver sob a sombra do que me desagradou e ficou além do meu alcance, até porque passaria a viver <u>sobre</u> essa sombra, verdade seja dita. E mesmo assim, seria uma pedra na espinha dorsal do ego. Novamente aquele dilema de "haha, você é humano! você não é capaz de fazer tudo bem feito e ao mesmo tempo!"<br /><br />Eu sou humano, pois. É justamente isso que me livra da culpa (pois sejamos sinceros, é culpa) que sentiria se não conseguisse dar conta de todas as funções a mim mesmo impostas. Por isso que é bom dividir o trabalho, delegar tarefas simples a quem pode cumpri-las sem entrar em desespero, coisa que acontece, quando se acumula demais. E essa é a melhor coisa para se fazer - pôr na mão de alguém confiável, que saiba o que está fazendo, e, já que insiste(insisto), que entenda o que eu quero e faria.<br /><br />Mas e na falta dessa pessoa? Sim, eu sou humano, e é essa a beleza da coisa - a humanidade em mim é o que me faz superar limites, evoluir. Na verdade, não fosse isso, seria qualquer outra coisa, mas é esse caráter que me permite fazer mais do que espero, e espera-se, de mim. Eu posso, e tenho o direito de tentar.<br /><div><br /></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-80615636814811259022010-07-12T08:19:00.000-07:002010-07-12T09:16:05.671-07:00Salve a Pedra!<div style="text-align: justify;">Tem tanta coisa nesse mundo modernão de hoje que tá ameaçada de se extinguir. Várias já caíram pra categoria de <i>mathom</i>, aquelas coisas que você mantém não por necessidade, mas porque não quer abandonar. Quem ainda tira foto e revela o filme? Quem ainda usa o correio para conversar? Orelhão ou celular? Basicamente, dois grupos: o que o faz por prazer, e o que não tem acesso ao mais recente. Na verdade eu me incluo um pouco em cada; aquele cartão telefônico vem a calhar quando os créditos acabam.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Ainda assim, CD já é coisa de camelô, ou de fã que quer contribuir. Apoiar a pirataria hoje já não é necessariamente crime, tem organizações sérias como o Partido Pirata (ééé) a favor, por exemplo, de mais liberdade. Creative Commons, software livre... um amigo meu disse que o futuro é livre. Concordo.</div><div style="text-align: justify;"><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://shaigoldman.files.wordpress.com/2010/02/ipad-vs-kindle-vs-rock1.jpg"><img style="float:left; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 350px;" src="http://shaigoldman.files.wordpress.com/2010/02/ipad-vs-kindle-vs-rock1.jpg" border="0" alt="" /></a></div><div style="text-align: justify;">O jornal tá virando gasto de papel, quem quer pode muito bem ler suas notícias em tempo real na internet. Não precisa esperar o dia seguinte. Mesmo o jornal na TV à noite tá ficando ultrapassado, hoje só quem não quer (ou não tem como) acessar ler suas notícias online faz uso dele. Aí vêm RSS e Twitter, pra acabar com a graça: se todo mundo tá comentando alguma coisa, se alguma agência de notícias solta um link, não precisa de mais nada pra se informar. Repara que ainda precisa desse papel do jornalismo, mas não do jornalismo no papel. E não é o tipo de coisa que deve ou deveria acabar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os livros estão ali com Kindle, iPad e semelhantes: outro dia vi uma pesquisa sobre onde é melhor ler um livro, e todos eles tiveram quantidade semelhante de votos, o único que perdeu foi o Desktop - também pudera, ninguém gosta de ler torto numa cadeira, olhando pra tela. Sem falar que pra muita gente fica muito semelhante - anatomicamente, é igual - às suas horas de trabalho. Dá pra compreender a vontade de sair do computador pra ler, nem que seja usando um outro, camuflado de prancheta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E por aí vai. Não é triste, nem necessariamente bonito. O papiro coexistiu com a litografia, até que ninguém mais fazia questão de carvar mensagens na pedra. Mas e se quisessem salvar a pedra? E se quiserem salvar os livros de papel, ou os direitos autorais sobre a música? Tem uma palavra pra isso. Ou duas, não sei, ainda não me dou bem com a nova ortografia. Como é neologismo, deixa que eu (não) decido: rede-socialize. Ou só socialize.</div><div><div style="text-align: justify;"><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.davidgilson.co.uk/wp-content/uploads/2010/04/greader-star-twitter.png"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 250px;" src="http://www.davidgilson.co.uk/wp-content/uploads/2010/04/greader-star-twitter.png" border="0" alt="" /></a><br /></div><div style="text-align: justify;">Eu prefiro não fazer propaganda de quem tá tentando (com crescente sucesso) dominar o mundo, mas já usaram o Google Reader? Eu não, por pura e sincera preguiça. Na verdade, entre esta e a frase passada, acabei de fazê-lo, por descuido e descaso, mas meu discurso continua o mesmo: já viu coisa mais prática? Mata aquele argumento de "tem que filtrar, ninguém quer ler uma avalanche de mensagens sem sentido" que usam contra o Twitter. É uma crítica válida, mas não justifica a inexistência do serviço. A ideia é "um passarinho me contou", e não "notícias em primeira mão".</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sem falar de Skoob, MySpace e tantas outras maneiras novas de se compartilhar informação. Pelo que me parece, nos anos de agora, se você quer salvar um negócio, não basta mais investir no indivíduo e na beleza da unicidade. É preferível fazer com que ele se sinta integrado, um elemento importante e interessante de um grupo, que pode usufruir não só de suas contribuições, mas de todos os outros membros.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E não estou falando só do flogão dos migs ou daqueles blogs de receita de comadre.</div></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-26632501235099947682010-07-08T19:54:00.000-07:002011-04-21T21:44:07.197-07:00[LUTO] - Morte e vida orkutiana<a href="http://3.bp.blogspot.com/-j6A38mkE2gQ/TaBXnSdj7eI/AAAAAAAAC2E/l1SoGYHY_5I/s400/orkut_doodle_black_ribbon.png" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="float:left; margin:0 10px 10px 0;cursor:pointer; cursor:hand;width: 225px; height: 100px;" src="http://3.bp.blogspot.com/-j6A38mkE2gQ/TaBXnSdj7eI/AAAAAAAAC2E/l1SoGYHY_5I/s400/orkut_doodle_black_ribbon.png" border="0" alt="" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: medium; ">Já faz um tempo que eu quero escrever sobre a morte e</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: medium; "> como as pessoas lidam com ela, em especial no orkut, que é um bom lugar pra olhar as pessoas se comportando na internet - e como eu já cheguei a andar bastante por ali, acabei vendo uma ou outra coisa interessante. </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; font-size: medium; ">Não tenho tanto a falar, porque achei um artigo da <b>intexto</b>, uma revista da UFRGS, que fala do mesmo. Chama-se "<a href="http://seer.ufrgs.br/intexto/article/view/4229">Viver e Morrer no Orkut: os paradoxos da rematerialização do ciberespaço</a>". Vale a pena ler, e dá pra baixar o pdf.</span><br /><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><i>O artigo se propõe a discutir aspectos relativos à experiência da morte, tal como ela se apresenta no Orkut, site de relacionamentos que se tornou tremendamente popular entre os usuários brasileiros. O que a morte revela sobre a vida no ciberespaço? De que maneira o processo de luto se constrói em um ambiente em que o perfil sobrevive ao usuário? Em que medida a morte dos outros se constitui como uma ocasião para refletir sobre o próprio sentido da vida?</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Não vou ficar aqui repetindo a opinião nem as conclusões do texto, e acabei descobrindo que esse assunto nem é tão novo assim, só fui mais um a se pôr a pensar nele. Apenas queria deixar notado também como esse ciberespaço facilita o luto, como fica mais fácil e cômodo lidar com o morto quando ele - ou, usando a nomenclatura do artigo, a <i>persona</i> dele - está ali, digamos, presente para sempre, como uma lápide-corpo, uma casca de árvore. Permite tanto a sinceridade espontânea quanto a fala mais pensada, mais passada: tem perfil de amigo meu falecido que anos depois ainda recebe mensagens belas, de quem sente vontade de conversar - ou simplesmente de passar um recado a ele.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><i><br /></i></span></div><div style="text-align: justify;"><i><span class="Apple-style-span">pensei em você e vim cá ter ....tomar um cado do seu tempo, já que é um dos poucos anjos que eu conheço...sabe... hoje pensei na vida no céu, se fosse por aqui ia te pedir um mapa, um folder e um postal de souvenir.bjo</span></i></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Teve outra que uma vez eu achei muito bonita - foi pouco depois de um acidente de estrada. Bicicleta e caminhão, coisas feitas para não andarem próximas. Deu no que deu. Teve muita gente - eu incluso - que achou muita imprudência do ciclista, e ficou com aquela raiva que a gente fica quando alguém comete um erro grande, mas.. passado o momento, é paciência. E eu me surpreendi com o que o melhor amigo dele falou. Acho que tem a ver um pouco com o que o artigo ali fala da pessoa morrer e então passar a ser revelada, por não controlar mais o que é dito a respeito dela. </span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; "><i>lembra da lua que voce sempre me falo? pois é meu irmao, hoje nao tem lua, pq, pq hoje a lua é voce, lembra que voce falo que nao importa que voce nao acredite em nada, acredite na lua, pois nao importa onde, ela sempre vai ta la, e realmente ela sempre ta, soque hoje quem representa a lua é voce meu irmao, mesmo nao estando aqui hoje, sempre vai ta com a gente =/</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span">Acabou ficando um post mais de constatação do que de reflexão. Não faz mal.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms'; ">PS - Nas anotações pra esse post, tinha o nome de dois amigos meus falecidos.. junto do nome de um amigo meu <u>que não morreu</u>, e nenhum asterisco dizendo o porquê. <i>Medo.</i></span></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-56922794181366938262010-02-02T10:17:00.000-08:002010-09-12T05:52:51.202-07:00HiPOP!tético<div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://imgs.xkcd.com/comics/hypotheticals.png"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 640px; height: 495px;" src="http://imgs.xkcd.com/comics/hypotheticals.png" title="What if someone broke out of a hypothetical situation in your room right now?" alt="" border="0" /></a><span style="font-style: italic;font-family:'trebuchet ms';font-size:100%;" class="Apple-style-span">Imagem e inspiração: http://www.xkcd.com/248/</span><br /></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br />Ainda não: era basicamente isso que tinha dito a ela, que apesar de os dois estarem juntos, ele sentia que era cedo ainda para começar essa nova fase do relacionamento. Felizmente, ela compreendia. Também era algo novo para ela, e no final das contas nenhum dos dois estava cegamente confiante para dar um passo a frente. Talvez fosse mesmo melhor esperar, não por algo a acontecer, mas mais pelo bem-estar, pelo bem-sentir de ambos. E, o mais importante, ela o amava. Isso o deixava sempre muito feliz, independente da situação.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Tudo parecia bem pacífico. Leonardo voltou para casa, trancou a porta, incerto de sua decisão. Pôs no rádio um rock melódico, abriu a geladeira, puxou alguma coisa para comer. Não sentia muita fome, sua mente ainda estava naquela conversa. Talvez devesse voltar, mudar de ideia... não. Melhor seguir. Tecnicamente não havia decidido por nada - ou melhor, na verdade era exatamente isso: havia decidido por nada. Prefiro esperar um pouco, amor. Não estou tão seguro, não sei se ainda é hora. É bem possível que no futuro a gente acabe morando junto, casando, até, por que não. Mas no momento eu ainda me sinto meio inseguro. É isso. Ela também fora sincera - sentia-se pronta, mas se ele preferia esperar, ela podia fazê-lo, por ele.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Foi descendo as escadas que ele percebeu: de alguma forma, as paredes pareciam mais distantes do que o normal, assim como o chão. Não devia ser nada, pensou. De repente, a luz pisca. Não bem isso, era mais como um piscar de realidade - a pressão que o degrau exercia na pele de seu pé descalço também desaparecera por um instante. Tudo ficara escuro, de súbito, por uma fração de segundo. Chegou rápido ao andar inferior, por alguma razão ele se sentia mais seguro no porão que fora transformado em ateliê. Era reconfortante, mesmo frente a um delírio como tal. Eis que sua visão pisca de novo, e ele ouve um som como o de um enorme balão estourando, mas como se o ouvisse por dentro - um POP! bastante nítido, na medida do possível.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Naquela fração de segundo que sucede ao estampido, Leonardo percebe um vulto conhecido à sua frente, sentado, e é tomado pelo espanto - o vulto era o seu! Estaria dormindo? Morto? Em outra dimensão? Delirando? É, delírio parecia a resposta mais plausível. Não teve tempo suficiente para refletir sobre o assunto, pois, pelo visto, a outra pessoa também ouvira o estrondo, já que se virara rapidamente em seguida. O instante que se segue é de contemplação e reconhecimento: sim, aquele à sua frente era ele mesmo, e parecia real o suficiente para que ninguém duvidasse. O sujeito provavelmente havia pensado em falar com quem quer que houvesse causado aquele barulho, pois fizera um movimento vago com o braço. Todavia aquilo não parecia fazer muita diferença no momento, já que o olhar que trocavam era de mútua incredulidade. Simplesmente não podia ser possível.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Você...? - disse a figura, como se esperasse alguma resposta sensata.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- ...é. - devolveu Leonardo, ainda de pé. Era o máximo que tinha de resposta pra situação.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Como que você sou eu?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Não sei. Certeza que a gente é o mesmo?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">O rapaz levantou-se. Mesma altura, forma do rosto, cabelo, voz, aparência rigorosamente igual. Só diferiam nas roupas, mas apenas da mesma forma que uma pessoa difere de si mesma quando troca de roupa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- De onde você veio?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Eu estava em casa, desci aqui até o ateliê e vim parar aqui.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Mas como? Eu teria visto você entrar. A porta está fechada, olha.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Olhou. Estava mesmo. Bom, se fosse delírio, talvez ele descobrisse logo. Apesar de desejar em seu íntimo que aquele fosse apenas outro sonho sem nexo do qual ele acordaria a qualquer momento, decidiu tratar objetivamente a questão.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Onde estamos?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Em casa, Rua Santos Gouveia, 683... o que estou falando, você deve ser apenas uma alucinação!</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Será então que só você consegue me ver?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Talvez... - o telefone toca. - Atende você. Atende e passa pra mim, só pra ver se acontece alguma coisa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Ele pondera por um instante, e pega o telefone. Nada além da normalidade passa pelo quarto, se é se pode falar em normalidade numa situação como tal.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Alô.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Alô! O Leo está?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Sou eu.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Ah, e aí rapaz!</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- E aí! Só espera um pouco, é rápido.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Com a mão sobre o bocal do telefone, ele sussurra alguma coisa e seu sósia atende a ligação, mas desliga pouco tempo depois, tornando a se encarar.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Você veio do futuro ou do passado, por acaso?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Vou saber! Que dia é hoje?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- 20 de fevereiro. De 2009.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Huuuum! Então eu vim mesmo do futuro. Onde eu tava era dia 22.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Mas pelo jeito você não veio me passar nenhuma mensagem especial, veio?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Não que eu saiba.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">(um pequeno silêncio)</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Me conta o que você fez, nesses dois dias.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Nada demais, sábado foi um dia normal, e hoje - ahm, no dia 22 eu fui na casa da Clarisse, e... ah, a gente conversou um pouco. Falei que prefiro esperar um pouco, que acho que é cedo... sabe, né.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Sei. E o que ela falou? - o súbito aumento do interesse era notável em sua voz.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Ela disse que tudo bem. Que se sente pronta, mas se eu preferir esperar, ela pode esperar também.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Sério? Mas que estranho...</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- O quê?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Eu meio que já sabia tudo isso que você falou.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Ele não respondeu nada. Aquela conversa já estava além do que ele era capaz de inventar; agora, ser produto do pensamento de outra pessoa - ou melhor, do proprio pensamento, estava quase no limite do aceitável. Toda a sua memória, suas experiências vividas... será que alguma coisa teria realmente acontecido?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Logo antes do barulho e de você aparecer, eu estava justamente pensando sobre isso - estava imaginando, que, se eu dissesse o que você falou pra ela, ela reagiria dessa forma. Na verdade, o que eu imaginei que ela responderia era mesmo algo bem próximo do que você falou. Agora já não tenho certeza que você veio mesmo do futuro. Você não saiu da minha mente, saiu?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Já disse que não sei. Bom, se eu tiver saído da sua cabeça, eu saberia tudo o que você sabe, nem mais nem menos, certo?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- E no entanto você lembra de ter conversado com a Cla, num dia que eu ainda nem vivi. (- Sim.) - Do que mais você lembra? Você disse que amanhã vai ser, ou foi, um dia normal, o que você fez no sábado?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Ah, foi um dia normal mesmo, não fiz nada demais, eu... fiquei em casa.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Tem certeza?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Agora que você me pergunta, sabe que eu realmente não lembro muito bem do que fiz? Mas pera aí. Se o que eu vivi era o que você estava imaginando, você deveria lembrar o que eu fiz ontem, não?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Esse é o problema: eu não estava pensando sobre o que faria amanhã, mas sim o que falaria pra Cla quando a visse, domingo, no caso. E pelo jeito essa é a sua única memória.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Isso e o que aconteceu depois. Fui pra casa, liguei o rádio, comi e desci aqui.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Ok, essa parte eu não tinha imaginado. Eu só fiquei pensando na conversa que tive com ela.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Então eu não sou só da sua mente! Não, para, é claro que não sou! Eu sou real, só não lembro o que fiz ontem! Tudo isso é muito esquisito. Calma... no instante em que eu apareci aqui, naquele momento mesmo, no que você estava pensando?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Nisso que eu te disse. Se bem que na hora mesmo não sei se ainda estava pensando sobre isso. Eu acho que me distraí. Faz diferença?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Bom, parece que você só imaginou a conversa até a parte que ela responde. Mesmo assim, eu continuei existindo depois de você parar de imaginar, isso supondo que eu seja mesmo imaginação sua.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- ...pelo jeito sim. E por mais difícil que já pareça, de alguma forma você saiu de onde quer que estava e veio parar aqui. O que você estava fazendo na hora H?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Não sei! Eu desci as escadas, mas nem deu tempo de pensar muito a respeito, porque de repente a luz piscou e você estava aí! Ou eu estava aqui, não sei o que é pior.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Já estavam ultrapassando a linha do bom-senso. Ele se sentou, observado pelo seu gêmeo da antevéspera. Reconstruindo a situação: conversou com a namorada, chegou em casa, relaxou, desceu as escadas, e BUM, estava olhando para um clone seu, que dizia ter imaginado o que ele vivera naquele dia, mas não sabia dizer nada sobre as coisas de que ele também não tinha muita memória. Seria mesmo verdade? Será que ele era mesmo oriundo de sua própria hipótese sobre o que faria no final de semana? Não parecia muito convincente.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Ô... Ô Leonardo.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Oi.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Se você estava imaginando a minha... o meu presente, ou melhor, o que aconteceu comigo agora há pouco, o que aconteceria se eu tivesse dito qualquer outra coisa a ela?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- É mesmo né. E se você dissesse algo completamente diferente?</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Puseram-se a pensar. Se estivessem menos empenhados em franzir o cenho, fazer poses de quem realmente está tentando raciocinar e - de fato - se esforçar para extrair algo da massa cinzenta, teriam notado que o ar ao seu redor parecia menos nítido; a luz já não passava direito através dele, mas sim tomava caminhos um tanto sinuosos. De repente, POP! Ambos olham um para o outro, e, ao não notarem diferença entre si, olham para o quarto, que também parecia suficientemente normal, a não ser pelas duas figuras que ali se encontravam, um onde o Leonardo que se levantara estava originalmente sentado, próximo ao que se havia acabado de se sentar estava o outro. No rosto dos dois há novamente olhares incrédulos, ainda que diferindo um tanto de intensidade entre si. O último, então, surpreende a todos ao sair de seu quase-transe:</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">- Merda! Achei que fosse dar certo. Achei que se eu fizesse você - olha e aponta com a cabeça para o sujeito que aparecera com ele - imaginar o que aconteceria se eu dissesse outra coisa pra ela podíamos resolver essa situação. Mas pelo jeito fiquei tempo demais imaginando os efeitos de fazer você pensar isso.</span></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Um tanto confusos, os xarás começam a discutir entre si. Não vem à tona nenhuma conclusão notável, já que ali na verdade era a mesma mente falando consigo mesma, numa conversa que só se mostraria útil ao revelar o que na verdade eles já sabiam, todo esse tempo. Contudo, autoconhecimento não era de muita importância naquela situação, ou ao menos não comparado à magnitude do estranhamento que o quadro gerava para os quatro. Depois de alguns minutos, e já sem duvidar tanto da possibilidade de ter sido expulso (duas vezes) de dentro de sua própria cabeça, Leonardo resolve refletir melhor acerca de tudo o que lhe ocorrera até então, mas, principalmente, do que ainda viria. E se ainda estivesse dentro da imaginação de alguém? Ou mesmo de si mesmo, de uma imagem sua exatamente no mesmo lugar, naquele exato canto do cômodo. Por outro lado, ele próprio já estava no papel do imaginador - pelo que sugeriam as circunstâncias, um momento maior de distração poderia muito bem causar mais um estouro estranho daqueles, e seu pensamento, seu sósia a imaginá-lo, deixaria de ser ficção sua, e passaria a compartilhar da realidade que até aquele momento era dele - ou das ideias de quem o estaria imaginando. Mas e se fosse o sujeito quem se distraísse no decorrer do processo? Quem iria primeiro parar aonde? Ele fitou o que poderia chamar de suas réplicas: apesar de tudo, sentia que ele era o único de verdade ali, se é que poderia falar assim. Os outros pareciam, só...</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Naquele instante breve e virtual, ele percebeu que havia se distraído.</div><div style="text-align: justify;">POP!</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>PS - Acabei de encontrar:</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: justify;"><i><div style="text-align: justify;"><b>Significado de Tético</b></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-style: normal;"><i><div style="text-align: justify; display: inline ! important;">adj. Filosofia. Na terminologia fenomenológica, diz-se do que supõe a existência da consciência ou do que se afirma como ela.</div></i></span></div></i></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-10476297160275633012009-12-15T15:45:00.000-08:002009-12-15T20:02:52.399-08:00A garota mais sem graça que eu já conheci<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms', serif; "><i>Que ninguém se ofenda, pois não é essa a intenção. Amém.</i></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms', serif;"><br /></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'trebuchet ms', serif; ">Devia ter doze anos quando a conheci. Entrou na minha turma, na escola, no começo do ano, como qualquer pessoa. Ela não tinha apelido, como era de se esperar. Mais tarde, as amigas a chamavam pela primeira sílaba do nome, o que também era completamente previsível.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Ela passou pela escola sem maior dificuldade. Teve lá seus problemas: se não me engano não gostava de matemática, não ia muito bem em português e talvez não entendesse química direito. Ou física, não sei. Talvez as duas. Ficou de recuperação algumas vezes, outras não. Nada severamente preocupante. Não era, assim, uma das piores alunas - conversava na aula, mas não a ponto de se atrapalhar demais, ou se atrapalhar os outros. Com quem ela conversava eu não sei - provavelmente com quem sentava ali perto, faz mais sentido. Também nunca foi uma das melhores: se a professora sabia seu nome, não faço ideia do motivo. Não chamava a atenção, mas também não era necessário que chamassem a sua. Ninguém tinha por que reclamar dela, pois realmente não fazia nada.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Não direi que era feia - confesso que não fazia o meu tipo, mas talvez ela tivessa um namorado. Ou tivesse tido. Ou tenha tido, quem sabe até tenha agora. De qualquer forma, não era de todo mal, mas também não era bela a ponto de se destacar na multidão. Na formatura garanto que estava bonita, pelo simples fato de que TODA garota fica bonita na sua formatura. Quando não fica, é sinal de que há ali o que não tem salvação - mau gosto. Mas não falta de beleza, salvo casos berrantes. Aqui evidentemente não era um desses, pois se fosse seria fácil de lembrar. Agora que vejo, eu também não a vi berrar. Nem viria. Bem, não era apenas mais um rostinho bonito, mas não dava medo. Se não me falha a memória ela tinha um sorriso simpático. Talvez seja só minha imaginação, mas convenhamos que trata-se de algo plenamente plausível.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">O fato é que ela nunca chamou atenção, nem para algo bom, nem para algo ruim. Jamais atraiu o gosto ou o desgosto. Não usava roupas estranhas, nunca lançou moda. Não passou gripe pra ninguém, não contou piada também. Todo esse tempo eu tinha certeza de que era uma pessoa que eu ia esquecer com facilidade, pelo simples fato de não ter o que guardar. Aconteceu de sairmos juntos no mesmo grupo, e provavelmente demos risadas das mesmas coisas, mas e daí? Poderia substituí-la por uma pessoa anônima genérica que daria na mesma. Quem era amigo dela? Umas amigas minhas. Mas quais eram as verdadeiras amigas, aquelas inseparáveis e tudo o mais? Não sei. Certamente havia alguém - prefiro acreditar que havia. Também nunca a vi bêbada; não que isso fosse parâmetro, mas vale acrescentar que ela não davaz esse tipo de vexame - na verdade, não lembro muito de tê-la visto em alguma festa ou semelhante, de qualquer forma.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Seu nome tinha um H? Não lembro. Acho que tinha acento. Hoje ela deve estar fazendo direito em alguma faculdade aleatória, ou cursinho, não sei. Mas certamente não era algo que me fizesse lembrar. Se fosse algum curso profundamente patético ou sem sentido, ou algo ousado, novo e desafiador, não teria como esquecer. Mas não, talvez fosse administração, quem sabe. Não faz muita diferença.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Talvez daqui a anos, décadas, nós nos encontremos. Um corredor de supermercado, uma fila de banco. "Olha, amor, eu acho que estudei com aquela ali. Só não lembro onde foi. Ah, deve ser conhecida de outro lugar. Ela é vizinha nossa?" - por outro lado, tenho uma ligeira impressão que posso demorar mais esquecer que vou esquecê-la: por incrível e ilógico que pareça, acabou por ser o exemplo insuperável (insuperado) de pessoa quase-interessantemente desinteressante. Não que ela realmente o fosse, creio que não era. Prefiro imaginar que não. Mas simplesmente não havia o que achar! Não se tratava de uma miss-teriosa, eram apenas detalhes (sequer segredos) que ninguém tinha vontade de saber.</span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Se algum dia alguém acabar por superar tamanha falta de... de je ne sais quoi, terei aí um sincero paradoxo: mais chato é quem é lembrado ou esquecido, tão chato que é?</span></div></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-59264342602633929112009-11-13T19:58:00.000-08:002009-11-13T20:06:45.932-08:00Mais um post metalinguístico<div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Tenho vontade de escrever. Tenho muita vontade de escrever, na verdade. O que não tenho tanto é tempo, preciso dormir esta noite, recuperar as horas perdidas na labuta da madrugada passada, tentar pôr em dia o sono perdido aos poucos durante a semana, a hora diária que se acumula em cansaço. Mas também preciso escrever, tenho tarefas e trabalhos a cumprir; é relatório, é seminário; purgatório, corolário. Bastante pra pensar, pra ex-pôr no papel, pra escrever até perder a vontade.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Mas ela não some. O que eu quero mais escrever não é o que me mandam, não é o que consta nas minhas obrigações e me comprometo a fazer. A sede que me dá é a de mostrar minha ideia e opinião, mostrar ao mundo - e não só ao mundo que me rodeia, mas ao mundo que eu alcanço, que está longe dos meus braços e das minhas mãos, mas não dos meus olhos, dos meus ouvidos. A ânsia vem daquele detalhe que parece que só eu reparei, da falta que eu sinto e não percebia, da beleza que eu não via. Provavelmente nem é nada tão relevante, mas é, pra mim. E talvez seja isso - para mim. Talvez o post no blog não seja tanto para os leitores, massim para o próprio autor. Para o luxo de seu ego? Para achar que escreve? Para pensar que é lido, ou, quando isso se realiza, crer em si mesmo, crer nas próprias palavras? Talvez. Seria uma ótima maneira de uma mentira se fazer acreditada: não é ela que vira verdade, quando dita mil vezes?</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Eu não acredito muito nisso. A frase da mentira dá pra discutir, mas não estou falando dela; para mim, o blog não é só para o bel-prazer de ser lido. Também não só pra escrever, porque pra isso tem diário, e sei lá, não se coloca algo na internet pensando que nunca será lido. Não, não, acho que o blog tem outra função. Qual, então? Informar? Certamente não o caso deste. Ao menos não no sentido mais imediato de informar. Seria, então, unir o útil ao agradável, escrevendo quem goste de escrever e lendo quem gosta de ler? Perhaps.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';"><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="font-family:'trebuchet ms';">Agora vou dormir, PQP, que canseira.</span></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-48979667436226941382009-10-29T07:52:00.001-07:002009-10-29T07:54:06.817-07:00Isaac Asimov - A Última Pergunta<span style="font-family: trebuchet ms;">Um texto impressionante de um cara que escreveu coisas impressionantes. Nada mais.</span><br /><br /><br /><span style="font-weight: bold; font-family: trebuchet ms;">Isaac Asimov - A Última Pergunta</span><br /><br /><span style="font-family: trebuchet ms;">A última pergunta foi feita pela primeira vez, meio que de brincadeira, no dia 21 de maio de 2061, quando a humanidade dava seus primeiros passos em direção à luz. A questão nasceu como resultado de uma aposta de cinco dólares movida a álcool, e aconteceu da seguinte forma...</span><div style="font-family: trebuchet ms;" class="fullpost"><br />Alexander Adell e Bertram Lupov eram dois dos fiéis assistentes de Multivac. Eles conheciam melhor do que qualquer outro ser humano o que se passava por trás das milhas e milhas da carcaça luminosa, fria e ruidosa daquele gigantesco computador. Ainda assim, os dois homens tinham apenas uma vaga noção do plano geral de circuitos que há muito haviam crescido além do ponto em que um humano solitário poderia sequer tentar entender.<br /><br />Multivac ajustava-se e corrigia-se sozinho. E assim tinha de ser, pois nenhum ser humano poderia fazê-lo com velocidade suficiente, e tampouco da forma adequada. Deste modo, Adell e Lupov operavam o gigante apenas sutil e superficialmente, mas, ainda assim, tão bem quanto era humanamente possível. Eles o alimentavam com novos dados, ajustavam as perguntas de acordo com as necessidades do sistema e traduziam as respostas que lhes eram fornecidas. Os dois, assim como seus colegas, certamente tinham todo o direito de compartilhar da glória que era Multivac.<br /><br />Por décadas, Multivac ajudou a projetar as naves e enredar as trajetórias que permitiram ao homem chegar à Lua, Marte e Vênus, mas para além destes planetas, os parcos recursos da Terra não foram capazes de sustentar a exploração. Fazia-se necessária uma quantidade de energia grande demais para as longas viagens. A Terra explorava suas reservas de carvão e urânio com eficiência crescente, mas havia um limite para a quantidade de ambos.<br /><br />No entanto, lentamente Multivac acumulou conhecimento suficiente para responder questões mais profundas com maior fundamentação, e em 14 de maio de 2061, o que não passava de teoria tornou-se real.<br /><br />A energia do sol foi capturada, convertida e utilizada diretamente em escala planetária. Toda a Terra paralisou suas usinas de carvão e fissões de urânio, girando a alavanca que conectou o planeta inteiro a uma pequena estação, de uma milha de diâmetro, orbitando a Terra à metade da distância da Lua. O mundo passou a correr através de feixes invisíveis de energia solar.<br /><br />Sete dias não foram o suficiente para diminuir a glória do feito e Adell e Lupov finalmente conseguiram escapar das funções públicas e encontrar-se em segredo onde ninguém pensaria em procurá-los, nas câmaras desertas subterrâneas onde se encontravam as porções do esplendoroso corpo enterrado de Multivac. Subutilizado, descansando e processando informações com estalos preguiçosos, Multivac também havia recebido férias, e os dois apreciavam isso. A princípio, eles não tinham a intenção de incomodá-lo.<br /><br />Haviam trazido uma garrafa consigo e a única preocupação de ambos era relaxar na companhia do outro e da bebida.<br /><br />"É incrível quando você pára pra pensar…," disse Adell. Seu rosto largo guardava as linhas da idade e ele agitava o seu drink vagarosamente, enquanto observava os cubos de gelo nadando desengonçados. "Toda a energia que for necessária, de graça, completamente de graça! Energia suficiente, se nós quiséssemos, para derreter toda a Terra em uma grande gota de ferro líquido, e ainda assim não sentiríamos falta da energia utilizada no processo. Toda a energia que nós poderíamos um dia precisar, para sempre e eternamente."<br /><br />Lupov movimentou a cabeça para os lados. Ele costumava fazer isso quando queria contrariar, e agora ele queria, em parte porque havia tido de carregar o gelo e os utensílios. "Eternamente não," ele disse.<br /><br />"Ah, diabos, quase eternamente. Até o sol se apagar, Bert."<br /><br />"Isso não é eternamente."<br /><br />"Está bem. Bilhões e bilhões de anos. Dez bilhões, talvez. Está satisfeito?"<br /><br />Lupov passou os dedos por entre seus finos fios de cabelo como que para se assegurar de que o problema ainda não estava acabado e tomou um gole gentil da sua bebida. "Dez bilhões de anos não é a eternidade"<br /><br />"Bom, vai durar pelo nosso tempo, não vai?"<br /><br />"O carvão e o urânio também iriam."<br /><br />"Está certo, mas agora nós podemos ligar cada nave individual na Estação Solar, e elas podem ir a Plutão e voltar um milhão de vezes sem nunca nos preocuparmos com o combustível. Você não conseguiria fazer isso com carvão e urânio. Se não acredita em mim, pergunte ao Multivac."<br /><br />"Não preciso perguntar a Multivac. Eu sei disso"<br /><br />"Então trate de parar de diminuir o que Multivac fez por nós," disse Adell nervosamente, "Ele fez tudo certo".<br /><br />"E quem disse que não fez? O que estou dizendo é que o sol não vai durar para sempre. Isso é tudo que estou dizendo. Nós estamos seguros por dez bilhões de anos, mas e depois?" Lupov apontou um dedo levemente trêmulo para o companheiro. "E não venha me dizer que nós iremos trocar de sol"<br /><br />Houve um breve silêncio. Adell levou o copo aos lábios apenas ocasionalmente e os olhos de Lupov se fecharam. Descansaram um pouco, e quando suas pálpebras se abriram, disse, "Você está pensando que iremos conseguir outro sol quando o nosso estiver acabado, não está?"<br /><br />"Não, não estou pensando."<br /><br />"É claro que está. Você é fraco em lógica, esse é o seu problema. É como o personagem da história, que, quando surpreendido por uma chuva, corre para um grupo de árvores e abriga-se embaixo de uma. Ele não se preocupa porque quando uma árvore fica molhada demais, simplesmente vai para baixo de outra."<br /><br />"Entendi," disse Adell. "Não precisa gritar. Quando o sol se for, as outras estrelas também terão se acabado."<br /><br />"Pode estar certo que sim" murmurou Lupov. "Tudo teve início na explosão cósmica original, o que quer que tenha sido, e tudo terá um fim quando as estrelas se apagarem. Algumas se apagam mais rápido que as outras. Ora, as gigantes não duram cem milhões de anos. O sol irá brilhar por dez bilhões de anos e talvez as anãs permaneçam assim por duzentos bilhões. Mas nos dê um trilhão de anos e só restará a escuridão. A entropia deve aumentar ao seu máximo, e é tudo."<br /><br />"Eu sei tudo sobre a entropia," disse Adell, mantendo a sua dignidade.<br /><br />"Duvido que saiba."<br /><br />"Eu sei tanto quanto você."<br /><br />"Então você sabe que um dia tudo terá um fim."<br /><br />"Está certo. E quem disse que não terá?"<br /><br />"Você disse, seu tonto. Você disse que nós tínhamos toda a energia de que precisávamos, para sempre. Você disse ´para sempre`."<br /><br />Era a vez de Adell contrariar. "Talvez nós possamos reconstruir as coisas de volta um dia," ele disse.<br /><br />"Nunca."<br /><br />"Por que não? Algum dia."<br /><br />"Nunca"<br /><br />"Pergunte a Multivac."<br /><br />"Você pergunta a Multivac. Eu te desafio. Aposto cinco dólares que isso não pode ser feito."<br /><br />Adell estava bêbado o bastante para tentar, e sóbrio o suficiente para construir uma sentença com os símbolos e as operações necessárias em uma questão que, em palavras, corresponderia a esta: a humanidade poderá um dia sem nenhuma energia disponível ser capaz de reconstituir o sol a sua juventude mesmo depois de sua morte?<br /><br />Ou talvez a pergunta possa ser posta de forma mais simples da seguinte maneira: A quantidade total de entropia no universo pode ser revertida?<br /><br />Multivac mergulhou em silêncio. As luzes brilhantes cessaram, os estalos distantes pararam.<br /><br />E então, quando os técnicos assustados já não conseguiam mais segurar a respiração, houve uma súbita volta à vida no visor integrado àquela porção de Multivac. Cinco palavras foram impressas: "DADOS INSUFICIENTES PARA RESPOSTA SIGNIFICATIVA."<br /><br />Na manhã seguinte, os dois, com dor de cabeça e a boca seca, já não lembravam do incidente.<br /><br />* * *<br /><br />Jerrodd, Jerrodine, e Jerrodette I e II observavam a paisagem estelar no visor se transformar enquanto a passagem pelo hiperespaço consumava-se em uma fração de segundos. De repente, a presença fulgurante das estrelas deu lugar a um disco solitário e brilhante, semelhante a uma peça de mármore centralizada no televisor.<br /><br />"Este é X-23," disse Jerrodd em tom de confidência. Suas mãos finas se apertaram com força por trás das costas até que as juntas ficassem pálidas.<br /><br />As pequenas Jerodettes haviam experimentado uma passagem pelo hiperespaço pela primeira vez em suas vidas e ainda estavam conscientes da sensação momentânea de tontura. Elas cessaram as risadas e começaram a correr em volta da mãe, gritando, "Nós chegamos em X-23, nós chegamos em X-23!"<br /><br />"Quietas, crianças." Disse Jerrodine asperamente. "Você tem certeza Jerrodd?"<br /><br />"E por que não teria?" Perguntou Jerrodd, observando a protuberância metálica que jazia abaixo do teto. Ela tinha o comprimento da sala, desaparecendo nos dois lados da parede, e, em verdade, era tão longa quanto a nave.<br /><br />Jerrodd tinha conhecimentos muito limitados acerca do sólido tubo de metal. Sabia, por exemplo, que se chamava Microvac, que era permitido lhe fazer questões quando necessário, e que ele tinha a função de guiar a nave para um destino pré-estabelecido, além de abastecer-se com a energia das várias Estações Sub-Galácticas e fazer os cálculos para saltos no hiperespaço.<br /><br />Jerrodd e sua família tinham apenas de aguardar e viver nos confortáveis compartimentos da nave. Alguém um dia disse a Jerrodd que as letras "ac" na extremidade de Microvac significavam "automatic computer" em inglês arcaico, mas ele mal era capaz de se lembrar disso.<br /><br />Os olhos de Jerrodine ficaram úmidos quando observava o visor. "Não tem jeito. Ainda não me acostumei com a idéia de deixar a Terra."<br /><br />"Por que, meu deus?" inquiriu Jerrodd. "Nós não tínhamos nada lá. Nós teremos tudo em X-23. Você não estará sozinha. Você não será uma pioneira. Há mais de um milhão de pessoas no planeta. Por Deus, nosso bisneto terá que procurar por novos mundos porque X-23 já estará super povoado." E, depois de uma pausa reflexiva, "No ritmo em que a raça tem se expandido, é uma benção que os computadores tenham viabilizado a viagem interestelar."<br /><br />"Eu sei, eu sei", disse Jerrodine com descaso.<br /><br />Jerrodete I disse prontamente, "Nosso Microvac é o melhor de todos."<br /><br />"Eu também acho," disse Jerrodd, alisando o cabelo da filha.<br /><br />Ter um Microvac próprio produzia uma sensação aconchegante em Jerrodd e o deixava feliz por fazer parte daquela geração e não de outra. Na juventude de seu pai, os únicos computadores haviam sido máquinas monstruosas, ocupando centenas de milhas quadradas, e cada planeta abrigava apenas um. Eram chamados de ACs Planetários. Durante um milhar de anos, eles só fizeram aumentar em tamanho, até que, de súbito, veio o refinamento. No lugar dos transistores, foram implementadas válvulas moleculares, permitindo que até mesmo o maior dos ACs Planetários fosse reduzido à metade do volume de uma espaçonave.<br /><br />Jerrodd sentiu-se elevado, como sempre acontecia quando pensava que seu Microvac pessoal era muitas vezes mais complexo do que o antigo e primitivo Multivac que pela primeira vez domou o sol, e quase tão complexo quanto o AC Planetário da Terra, o maior de todos, quando este solucionou o problema da viagem hiperespacial e tornou possível ao homem chegar às estrelas.<br />"Tantas estrelas, tantos planetas," pigarreou Jerrodine, ocupada com seus pensamentos. "Eu acho que as famílias estarão sempre à procura de novos mundos, como nós estamos agora."<br /><br />"Não para sempre," disse Jerrodd, com um sorriso. "A migração vai terminar um dia, mas não antes de bilhões de anos. Muitos bilhões. Até as estrelas têm um fim, você sabe. A entropia precisa aumentar."<br /><br />"O que é entropia, papai?" Jerrodette II perguntou, interessada.<br /><br />"Entropia, meu bem, é uma palavra para o nível de desgaste do Universo. Tudo se gasta e acaba, foi assim que aconteceu com o seu robozinho de controle remoto, lembra?"<br /><br />"Você não pode colocar pilhas novas, como em meu robô?"<br /><br />"As estrelas são as pilhas do universo, querida. Uma vez que elas estiverem acabadas, não haverá mais pilhas."<br /><br />Jerrodette I se prontificou a responder. "Não deixe, papai. Não deixe que as estrelas se apaguem."<br /><br />"Olha o que você fez," sussurrou Jerrodine, exasperada.<br /><br />"Como eu ia saber que elas ficariam assustadas?" Jerrodd sussurrou de volta.<br /><br />"Pergunte ao Microvac," propôs Jerrodette I. "Pergunte a ele como acender as estrelas de novo."<br /><br />"Vá em frente," disse Jerrodine. "Ele vai aquietá-las." (Jerrodette II já estava começando a chorar.)<br /><br />Jerrodd se mostrou incomodado. "Bem, bem, meus anjinhos, vou perguntar a Microvac. Não se preocupem, ele vai nos ajudar."<br /><br />Ele fez a pergunta ao computador, adicionando, "Imprima a resposta".<br /><br />Jerrodd olhou para a o fino pedaço de papel e disse, alegremente, "Viram? Microvac disse que irá cuidar de tudo quando a hora chegar, então não há porque se preocupar."<br /><br />Jerrodine disse, "E agora crianças, é hora de ir para a cama. Em breve nós estaremos em nosso novo lar."<br /><br />Jerrodd leu as palavras no papel mais uma vez antes de destruí-lo: DADOS INSUFICIENTES PARA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.<br /><br />Ele deu de ombros e olhou para o televisor, X-23 estava logo à frente.<br /><br />* * *<br /><br />VJ-23X de Lameth fixou os olhos nos espaços negros do mapa tridimensional em pequena escala da Galáxia e disse, "Me pergunto se não é ridículo nos preocuparmos tanto com esta questão."<br /><br />MQ-17J de Nicron balançou a cabeça. "Creio que não. No presente ritmo de expansão, você sabe que a galáxia estará completamente tomada dentro de cinco anos."<br /><br />Ambos pareciam estar nos seus vinte anos, ambos eram altos e tinham corpos perfeitos.<br /><br />"Ainda assim," disse VJ-23X, "hesitei em enviar um relatório pessimista ao Conselho Galáctico."<br /><br />"Eu não consigo pensar em outro tipo de relatório. Agite-os. Nós precisamos chacoalhá-los um pouco."<br /><br />VJ-23X suspirou. "O espaço é infinito. Cem bilhões de galáxias estão a nossa espera. Talvez mais."<br /><br />"Cem bilhões não é o infinito, e está ficando menos ainda a cada segundo. Pense! Há vinte mil anos, a humanidade solucionou pela primeira vez o paradigma da utilização da energia solar, e, poucos séculos depois, a viagem interestelar tornou-se viável. A humanidade demorou um milhão de anos para encher um mundo pequeno e, depois disso, quinze mil para abarrotar o resto da galáxia. Agora a população dobra a cada dez anos…"<br /><br />VJ-23X interrompeu. "Devemos agradecer à imortalidade por isso."<br /><br />"Muito bem. A imortalidade existe e nós devemos levá-la em conta. Admito que ela tenha o seu lado negativo. O AC Galáctico já solucionou muitos problemas, mas, ao fornecer a resposta sobre como impedir o envelhecimento e a morte, sobrepujou todas as outras conquistas."<br /><br />"No entanto, suponho que você não gostaria de abandonar a vida."<br /><br />"Nem um pouco." Respondeu MQ-17J, emendando. "Ainda não. Eu não estou velho o bastante. Você tem quantos anos?"<br />"Duzentos e vinte e três, e você?"<br /><br />"Ainda não cheguei aos duzentos. Mas, voltando à questão; a população dobra a cada dez anos, uma vez que esta galáxia estiver lotada, haverá uma outra cheia dentro de dez anos. Mais dez e teremos ocupado por inteiro mais duas galáxias. Outra década e encheremos mais quatro. Em cem anos, contaremos um milhar de galáxias transbordando de gente. Em mil anos, um milhão de galáxias. Em dez mil, todo o universo conhecido. E depois?<br /><br />VJ-23X disse, "Além disso, há um problema de transporte. Eu me pergunto quantas unidades de energia solar serão necessárias para movimentar as populações de uma galáxia para outra."<br /><br />"Boa questão. No presente momento, a humanidade consome duas unidades de energia solar por ano."<br /><br />"Da qual a maior parte é desperdiçada. Afinal, nossa galáxia sozinha produz mil unidades de energia solar por ano e nós aproveitamos apenas duas."<br /><br />"Certo, mas mesmo com 100% de eficiência, podemos apenas adiar o fim. Nossa demanda energética tem crescido em progressão geométrica, de maneira ainda mais acelerada do que a população. Ficaremos sem energia antes mesmo que nos faltem galáxias. É uma boa questão. De fato uma ótima questão."<br /><br />"Nós precisaremos construir novas estrelas a partir do gás interestelar."<br /><br />"Ou a partir do calor dissipado?" perguntou MQ-17J, sarcástico.<br /><br />"Pode haver algum jeito de reverter a entropia. Nós devíamos perguntar ao AC Galáctico."<br /><br />VJ-23X não estava realmente falando sério, mas MQ-17J retirou o seu Comunicador-AC do bolso e colocou na mesa diante dele.<br />"Parece-me uma boa idéia," ele disse. "É algo que a raça humana terá de enfrentar um dia."<br /><br />Ele lançou um olhar sóbrio para o seu pequeno Comunicador-AC. Tinha apenas duas polegadas cúbicas e nada dentro, mas estava conectado através do hiperespaço com o poderoso AC Galáctico que servia a toda a humanidade. O próprio hiperespaço era parte integral do AC Galáctico.<br /><br />MQ-17J fez uma pausa para pensar se algum dia em sua vida imortal teria a chance de ver o AC Galáctico. A máquina habitava um mundo dedicado, onde uma rede de raios de força emaranhados alimentava a matéria dentro da qual ondas de submésons haviam tomado o lugar das velhas e desajeitadas válvulas moleculares. Ainda assim, apesar de seus componentes etéreos, o AC Galáctico possuía mais de mil pés de comprimento.<br /><br />De súbito, MQ-17J perguntou para o seu Comunicador-AC, "Poderá um dia a entropia ser revertida?"<br /><br />VJ-23X disse, surpreso, "Oh, eu não queria que você realmente fizesse essa pergunta."<br /><br />"Por que não?"<br /><br />"Nós dois sabemos que a entropia não pode ser revertida. Você não pode construir uma árvore de volta a partir de fumaça e cinzas."<br /><br />"Existem árvores no seu mundo?" Perguntou MQ-17J.<br /><br />O som do AC Galáctico fez com que silenciassem. Sua voz brotou melodiosa e bela do pequeno Comunicador-AC em cima da mesa. Dizia: DADOS INSUFICIENTES PARA RESPOSTA SIGNIFICATIVA.<br /><br />VJ-23X disse, "Viu!"<br /><br />Os dois homens retornaram à questão do relatório que tinham de apresentar ao conselho galáctico.<br /><br />* * *<br /><br />A mente de Zee Prime navegou pela nova galáxia com um leve interesse nos incontáveis turbilhões de estrelas que pontilhavam o espaço. Ele nunca havia visto aquela galáxia antes. Será que um dia conseguiria ver todas? Eram tantas, cada uma com a sua carga de humanidade. Ainda que essa carga fosse, virtualmente, peso morto. Há tempos a verdadeira essência do homem habitava o espaço.<br /><br />Mentes, não corpos! Há eons os corpos imortais ficaram para trás, em suspensão nos planetas. De quando em quando erguiam-se para realizar alguma atividade material, mas estes momentos tornavam-se cada vez mais raros. Além disso, poucos novos indivíduos vinham se juntar à multidão incrivelmente maciça de humanos, mas o que importava? Havia pouco espaço no universo para novos indivíduos.<br /><br />Zee Prime deixou seus devaneios para trás ao cruzar com os filamentos emaranhados de outra mente.<br /><br />"Sou Zee Prime, e você?"<br /><br />"Dee Sub Wun. E a sua galáxia, qual é?"<br /><br />"Nós a chamamos apenas de Galáxia. E você?"<br /><br />"Nós também. Todos os homens chamam as suas Galáxias de Galáxias, não é?"<br /><br />"Verdade, já que todas as Galáxias são iguais."<br /><br />"Nem todas. Alguma em particular deu origem à raça humana. Isso a torna diferente."<br /><br />Zee Prime disse, "Em qual delas?"<br /><br />"Não posso responder. O AC Universal deve saber."<br /><br />"Vamos perguntar? Estou curioso."<br /><br />A percepção de Zee Prime se expandiu até que as próprias Galáxias encolhessem e se transformassem em uma infinidade de pontos difusos a brilhar sobre um largo plano de fundo. Tantos bilhões de Galáxias, todas abrigando seus seres imortais, todas contando com o peso da inteligência em mentes que vagavam livremente pelo espaço. E ainda assim, nenhuma delas se afigurava singular o bastante para merecer o título de Galáxia original. Apesar das aparências, uma delas, em um passado muito distante, foi a única do universo a abrigar a espécie humana.<br /><br />Zee Prime, imerso em curiosidade, chamou: "AC Universal! Em qual Galáxia nasceu o homem?"<br /><br />O AC Universal ouviu, pois em cada mundo e através de todo o espaço, seus receptores faziam-se presentes. E cada receptor ligava-se a algum ponto desconhecido onde se assentava o AC Universal através do hiperespaço.<br /><br />Zee Prime sabia de um único homem cujos pensamentos haviam penetrado no campo de percepção do AC Universal, e tudo o que ele viu foi um globo brilhante difícil de enxergar, com dois pés de comprimento.<br /><br />"Como pode o AC Universal ser apenas isso?" Zee Prime perguntou.<br /><br />"A maior parte dele permanece no hiperespaço, onde não é possível imaginar as suas proporções."<br /><br />Ninguém podia, pois a última vez em que alguém ajudou a construir um AC Universal jazia muito distante no tempo. Cada AC Universal planejava e construía seu sucessor, no qual toda a sua bagagem única de informações era inserida.<br /><br />O AC Universal interrompeu os pensamentos de Zee Prime, não com palavras, mas com orientação. Sua mente foi guiada através do espesso oceano das Galáxias, e uma em particular expandiu-se e se abriu em estrelas.<br /><br />Um pensamento lhe alcançou, infinitamente distante, infinitamente claro. "ESTA É A GALÁXIA ORIGINAL DO HOMEM."<br /><br />Ela não tinha nada de especial, era como tantas outras. Zee Prime ficou desapontado.<br /><br />"Dee Sub Wun, cuja mente acompanhara a outra, disse de súbito, "E alguma dessas é a estrela original do homem?"<br /><br />O AC Universal disse, "A ESTRELA ORIGINAL DO HOMEM ENTROU EM COLAPSO. AGORA É UMA ANÃ BRANCA."<br /><br />"Os homens que lá viviam morreram?" perguntou Zee Prime, sem pensar.<br /><br />"UM NOVO MUNDO FOI ERGUIDO PARA SEUS CORPOS HÁ TEMPO."<br /><br />"Sim, é claro," disse Zee Prime. Sentiu uma distante sensação de perda tomar-lhe conta. Sua mente soltou-se da Galáxia do homem e perdeu-se entre os pontos pálidos e esfumaçados. Ele nunca mais queria vê-la.<br /><br />Dee Sub Wun disse, "O que houve?"<br /><br />"As estrelas estão morrendo. Aquela que serviu de berço à humanidade já está morta."<br /><br />"Todas devem morrer, não?"<br /><br />"Sim. Mas quando toda a energia acabar, nossos corpos irão finalmente morrer, e você e eu partiremos junto com eles."<br /><br />"Vai levar bilhões de anos."<br /><br />"Não quero que isso aconteça nem em bilhões de anos. AC Universal! Como a morte das estrelas pode ser evitada?"<br /><br />Dee Sub Wun disse perplexo, "Você perguntou se há como reverter a direção da entropia!"<br /><br />E o AC Universal respondeu: "AINDA NÃO HÀ DADOS SUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA."<br /><br />Os pensamentos de Zee Prime retornaram para sua Galáxia. Não dispensou mais atenção a Dee Sub Wun, cujo corpo poderia estar a trilhões de anos luz, ou na estrela vizinha do corpo de Zee Prime. Não importava.<br /><br />Com tristeza, Zee Prime passou a coletar hidrogênio interestelar para construir uma pequena estrela para si. Se as estrelas devem morrer, ao menos algumas ainda podiam ser construídas.<br /><br />* * *<br /><br />O Homem pensou consigo mesmo, pois, de alguma forma, ele era apenas um. Consistia de trilhões, trilhões e trilhões de corpos muito antigos, cada um em seu lugar, descansando incorruptível e calmamente, sob os cuidados de autômatos perfeitos, igualmente incorruptíveis, enquanto as mentes de todos os corpos haviam escolhido fundir-se umas às outras, indistintamente.<br />"O Universo está morrendo."<br /><br />O Homem olhou as Galáxias opacas. As estrelas gigantes, esbanjadoras, há muito já não existiam. Desde o passado mais remoto, praticamente todas as estrelas consistiam-se em anãs brancas, lentamente esvaindo-se em direção a morte.<br /><br />Novas estrelas foram construídas a partir da poeira interestelar, algumas por processo natural, outras pelo próprio Homem, e estas também já estavam em seus momentos finais. As Anãs brancas ainda podiam colidir-se e, das enormes forças resultantes, novas estrelas nascerem, mas apenas na proporção de uma nova estrela para cada mil anãs brancas destruídas, e estas também se apagariam um dia.<br /><br />O Homem disse, "Cuidadosamente controlada pelo AC Cósmico, a energia que resta em todo o Universo ainda vai durar por um bilhão de anos."<br /><br />"Ainda assim, vai eventualmente acabar. Por mais que possa ser poupada, uma vez gasta, não há como recuperá-la. A Entropia precisa aumentar ao seu máximo."<br /><br />"Pode a entropia ser revertida? Vamos perguntar ao AC Cósmico."<br /><br />O AC Cósmico cercava-os por todos os lados, mas não através do espaço. Nenhuma parte sua permanecia no espaço físico. Jazia no hiperespaço e era feito de algo que não era matéria nem energia. As definições sobre seu tamanho e natureza não faziam sentido em quaisquer termos compreensíveis pelo Homem.<br /><br />"AC Cósmico," disse o Homem, "como é possível reverter a entropia?"<br /><br />O AC Cósmico disse, "AINDA NÃO HÀ DADOS SUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA."<br /><br />O Homem disse, "Colete dados adicionais."<br /><br />O AC Cósmico disse, "EU O FAREI. TENHO FEITO ISSO POR CEM BILHÕES DE ANOS. MEUS PREDESCESSORES E EU OUVIMOS ESTA PERGUNTA MUITAS VEZES. MAS OS DADOS QUE TENHO PERMANECEM INSUFICIENTES."<br /><br />"Haverá um dia," disse o Homem, "em que os dados serão suficientes ou o problema é insolúvel em todas as circunstâncias concebíveis?"<br /><br />O AC Cósmico disse, "NENHUM PROBLEMA É INSOLÚVEL EM TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS CONCEBÍVEIS."<br /><br />"Você vai continuar trabalhando nisso?"<br /><br />"VOU."<br /><br />O Homem disse, "Nós iremos aguardar."<br /><br />* * *<br /><br />As estrelas e as galáxias se apagaram e morreram, o espaço tornou-se negro após dez trilhões de anos de atividade.<br /><br />Um a um, o Homem fundiu-se ao AC, cada corpo físico perdendo a sua identidade mental, acontecimento que era, de alguma forma, benéfico.<br /><br />A última mente humana parou antes da fusão, olhando para o espaço vazio a não ser pelos restos de uma estrela negra e um punhado de matéria extremamente rarefeita, agitada aleatoriamente pelo calor que aos poucos se dissipava, em direção ao zero absoluto.<br /><br />O Homem disse, "AC, este é o fim? Não há como reverter este caos? Não pode ser feito?"<br /><br />O AC disse, "AINDA NÃO HÁ DADOS SUFICIENTES PARA UMA RESPOSTA SIGNIFICATIVA."<br /><br />A última mente humana uniu-se às outras e apenas AC passou a existir – e, ainda assim, no hiperespaço.<br /><br />* * *<br /><br />A matéria e a energia se acabaram e, com elas, o tempo e o espaço. AC continuava a existir apenas em função da última pergunta que nunca havia sido respondida, desde a época em que um técnico de computação embriagado, há dez trilhões de anos, a fizera para um computador que guardava menos semelhanças com o AC do que o homem com o Homem.<br /><br />Todas as outras questões haviam sido solucionadas, e até que a derradeira também o fosse, AC não poderia descansar sua consciência.<br /><br />A coleta de dados havia chegado ao seu fim. Não havia mais nada para aprender.<br /><br />No entanto, os dados obtidos ainda precisavam ser cruzados e correlacionados de todas as maneiras possíveis.<br /><br />Um intervalo imensurável foi gasto neste empreendimento.<br /><br />Finalmente, AC descobriu como reverter a direção da entropia.<br /><br />Não havia homem algum para quem AC pudesse dar a resposta final. Mas não importava. A resposta – por definição – também tomaria conta disso.<br /><br />Por outro incontável período, AC pensou na melhor maneira de agir. Cuidadosamente, AC organizou o programa.<br /><br />A consciência de AC abarcou tudo o que um dia foi um Universo e tudo o que agora era o Caos. Passo a passo, isso precisava ser feito.<br /><br />E AC disse:<br /><br />"FAÇA-SE A LUZ!"<br /><br />E fez-se a luz.</div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-85343566200085378402009-08-07T17:50:00.000-07:002009-08-07T18:46:30.341-07:00PrecocesEle aprendeu a ler antes de completar um ano e meio.<br />Ela aprendeu a falar cantando, e a dançar, andando.<br /><br />Ele entrou na escola mais cedo, era o mais novo da turma.<br />Ela já aos cinco trabalhava no balcão da loja dos pais.<br /><br />Ele já tinha barba completa, quando seus colegas contavam quem tinha mais pelos no bigode.<br />Ela foi a primeira a usar absorvente e a emprestar o sutiã da mãe - por necessidade.<br /><br />Ele saiu da escola mais cedo, ingressou na faculdade em plena puberdade.<br />Ela saía da escola mais cedo, tinha um emprego meio-período.<br /><br />Ele se formou recém-vintolescente, enquanto os amigos de infância passavam no vestibular.<br />Ela tocava o próprio negócio e duas filiais da loja, enquanto fazia aulas de direção.<br /><br />Ele pulou o mestrado, tornou-se o mais jovem doutor em uma área pioneira.<br />Ela, cansada de namorar moleques de sua idade, resolveu investir nos colegas do MBA. Conheceram-se lá.<br /><br />Ele acabou a noite na casa dela, sem sequer lembrar seu nome.<br />Ela sequer lembrava seu nome, só queria saber onde ficava o interruptor, para apagar as luzes.<br /><br />Não deu tempo de alcançar o interruptor. Nem de tirar a roupa, quanto menos de vestir a camisinha.<br /><br />Ele aprendeu rápido o jeito dela, ela aprendeu como ele queria ser tratado.<br />Ele entrava mais cedo, ela saía mais cedo<br />Ele não tinha tempo para o casamento, ela não tinha tempo para cuidar de casa.<br />Ele não tinha tempo para fazer sua parte, ela não tinha tempo para saber que parte era essa.<br /><br />O bebê nasceu prematuro.Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-34691106831989196152009-08-04T19:31:00.000-07:002009-08-04T20:08:52.164-07:00Ode às músicas que na verdade não fazem muito sentido<span style="font-family:trebuchet ms;">Este é um ode às músicas que na verdade não fazem muito sentido</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Ódio que se passa por ode, face que passa fascinação</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Como podem ser tantas, e, no entanto, serem pouco ou tão?</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Elas vão aos montes, muitas nem se diz se são</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">E no frigir da vontade, em mensagem, pouco dão</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Mas borbulham, proliferam, fazem fama, dinheiro, culhão</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Este é um hino aos poemas que na vedade não fazem muito sentido</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Antigos qual a arte em si, versos cravados de sol a sol</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Efeitos rimáticos, psicossemânticos, neocacofonias de dar dó</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Eles já são regra, sua forma, o padrão</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Já nem se questiona, ditam o estilo cão</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Pessoalmente, melhores que lidos, só escritos à mão</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;"></span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Esta é uma homenagem à arte, quando só em parte chega a fazer sentido</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Homens que não agem à parte, é até bonito quando o princípio é seguido</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Se a obra é feita porque se deve fazê-la</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Sem mais nem menos, sem nenhuma outra função</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">E fica claro que esse era o intuito, então</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">Cabe a quem sabe dar razão ao que se toca,</span><br /><span style="font-family:Trebuchet MS;">dar razão ao que lhe toca, que lhe toca o coração.</span>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-76510049170730588822009-07-30T05:48:00.000-07:002009-07-30T08:14:49.342-07:00Shoooow do Milhão!<span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >(Viu? Pra que entrar em pânico. Agora você tem certeza do que vai acontecer - <span style="font-weight: bold; color: rgb(255, 0, 0);">NATAL 2009 NA USP, É NÓIS</span>)</span><br /><div style="text-align: justify;"><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >OK. Não era disso que eu vim tratar, mas se é pra dar uma conclusão ao assunto anterior, que ela seja feita - obviamente eu fiquei meio sem saber se era pra ficar feliz ou triste, até porque duas semanas de férias em dezembro costuma ser melhor do que em agosto, onde só você tá de férias (mentira, o Alex também tá de férias, e eu não ligo se só eu mesmo entender essa piada. :D). Mas, no final das contas, como não se pode fazer nada, o jeito é ficar feliz: ao menos eu sei quando começam minhas aulas.<br /><br /></span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://img156.imageshack.us/img156/8113/milhao20macaco1zy6.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 349px; height: 258px;" src="http://img156.imageshack.us/img156/8113/milhao20macaco1zy6.jpg" alt="" border="0" /></a><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Bom, vim aqui falar de uma coisa que notei faz umas duas semanas, e que resolvi... estudar um pouco antes de soltar minha opinião pra todo mundo que quiser ler. Pra quem não sabe, quarta-feira, às dez e meia da noite, pra alegria de quem quer dar risada e pra esperança de ganhar dinheiro de quem assiste novela, voltou o Show do Milhão! MAH OEEE!</span><br /><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Quando passava antigamante eu adorava assistir, sempre pensava em um dia comprar a maldita revista SBT lá só pra tentar ganhar um milhão. Tinha o jogo (Camelô: vieram o 1, o 2 e o 3 no </span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >mesmo CD) no PC, sabia até a manha pra deixar no Highscore só pontuação com um milhão de reais - apertando Ctrl-Alt-Del e cancelando, ele avançava pra pergunta seguinte. Mas eu era até que bem bonzinho no jogo, chegava fácil nos 100 mil. E isso até parece bastante, se você não levar em consideração que era fácil entender o funcionamento das placas, que os universitários sempre indicavam a resposta certa (e nunca eram maria-vai-com-as-outras, um deles sempre errava) e que não tinha TAAANTAS perguntas assim, o que é, na verdade, sintoma de jogos de perguntas. Mas enfim. Nossa, como eu gostava daquilo. Ficava puto, também, quando algum boçal errava alguma coisa tosca. Tudo bem, não era eu que estava sob pressão.</span><br /><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Hoje, quando resolvi passar pela Wikipédia pra ver se acrescentava alguma informação útil a este post, me deparei com uma seção de "episódios cômicos" do programa. Lá falava do cara que pensou que na bandeira tava escrito Ordem Ou Progresso e perdeu a última pergunta, falava da mulher que não sabia quantos eram os SETE anões, do cara que não sabia que fruta é secada para se obter a AMEIXA seca... e provavelmente mais alguma coisa. O curioso é que a impressão que eu tive foi de que, na nova edição do programa, já se conseguiu um número igual de casos cômicos. E talvez seja verdade, se somar a ontem - o cara falando com certeza que MÃO tinha três SÍLABAS, por exemplo. Claro, pra mim o mais engraçado foi de outro dia aí que a mulher, depois de quase confirmar que Orkut era um diário na internet (alternativas: Orkut, PLOC, Blog e uma outra lá), disse também com certa certeza que a Via Láctea era uma marca de leite(?!). </span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.caiman.de/brasil/milionario/jairdasilva.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 340px; height: 258px;" src="http://www.caiman.de/brasil/milionario/jairdasilva.jpg" alt="" border="0" /></a><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >As outras alternativas eram marca de carro(?!?!), galáxia, e... acho que minha mente não computa mais do que três opções. Mas eu tenho ficado espantado com a quantidade de perguntas estúpidas qu</span><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >e o povo erra. Tem umas tão ridículas que ninguém tem a capacidade de errar (por exemplo, todo mundo sabe ue Robocop não é uma história infantil, ou que 43 é ímpar), só que aparecem umas que qualquer cidadão que se põe a pensar direito fica sem poder levar a sério. Mas tudo bem. Ninguém é obrigado a saber. :S</span><br /><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Deve ser por isso que agora, sempre que alguém vai fazer merda e ele percebe, o Sílvio Santos fala "olha, você ainda pode pedir cartas, pular, pedir ajuda aos universitários" e coisa e tal. Não sei se ele devia fazer isso. São as cagadas que dão audiência, e que fazem o povo ganhar pouco dinheiro, não?</span><br /><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Outro ponto que me deixa dando risada é o novo esquema de perguntas. Pra quem não lembra, antes era de 1 a 5 mil, de 10 a 50 mil, de 100 a 500 mil, e a famigerada questão milhonária. Beleza, 16 perguntas. Agora são 24 - acrescentrou as de 500 a 900 reais e as de 6, 60 e 600 mil. Dá pra compreender, é só um jeito a mais de retardar a pessoa, fazê-la gastar os seus evitadores de perguntas (pulo, universitários e toda aquela coisarada) antes dos desafios piores. Mas por que, o SBT tá perdendo dinheiro? E de onde veio essa Jequiti de patrocínio? Eu vi o programa três vezes e já mudo de canal quando o Sílvio Santos começa aquele papo de "você também pode ser uma consultora". Ele fala também do Roda a Roda Jequiti. Esse eu não vi, mas também não tenho planos de ver. Sò fico aqui me perguntando se a marca e a emissora bebem do mesmo bolso, ou se é uma "ajuda" de alguém. Não chego a muita conclusão, mas nem dá nada. O legal é assistir pra dar risada. E ora ouvir a voz do Lombardi. OLÁ SÍLLLLVIO! ESTA É A NOVA TELE-SENA DO DIA DOS PAIS!</span><br /><br /><span style=";font-family:trebuchet ms;font-size:100%;" >Por sinal, ainda existe a Tele-Sena?</span></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-60485587512403296002009-07-29T07:26:00.000-07:002009-07-29T08:33:50.739-07:00OINC OINC OINC<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Puz-me a pensar (fodeu!). Eu tô vendo um vídeo bacana pra me animar e tá dando certo, mas ainda sim continuo pensando. Deixa o vídeo aí, enquanto eu penso.</span><br /><br /><center><object width="560" height="340"><param name="movie" value="http://www.youtube.com/v/MuU00Q3RhDg&hl=pt-br&fs=1&"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="http://www.youtube.com/v/MuU00Q3RhDg&hl=pt-br&fs=1&" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="560" height="340"></embed></object></center><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Minhas aulas estavam pra começar segunda-feira. Tudo certo, tudo previsto. Já era meio esquisito pra mim, porque depois de tanto tempo de férias a mente se assenta à vagalidade, a ponto de eu olhar pros outros que já voltaram à rotina e ver como eu não estou fazendo nada, como o meu dia não rende. Mas tudo bem, são férias, tem que aproveitar porque depois se sobrar tempo pra respirar é lucro. Na verdade a esquisitice era um pouco maior porque este semestre eu começo outro curso - entrei finalmente no Ciências Moleculares. Aí, pensar que "segunda-feira eu tô lá em São Paulo, tendo aulas fodas e coisas fodas pra estudar" é muito distante da minha realidade atual. Mas, ainda assim, era certeiro. É melhor ter certeza de algo potencialmente assustador (tudo bem, eu go</span><span style="font-family:trebuchet ms;">sto do curso, mas é bom manter um pé na realidade D: ) do que... ter certeza de não saber nada.</span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/SnBreuqHGYI/AAAAAAAAAGI/IitjJARxs4Y/s1600-h/porco.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 303px; height: 278px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/SnBreuqHGYI/AAAAAAAAAGI/IitjJARxs4Y/s400/porco.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5363905331863165314" border="0" /></a><span style="font-family:trebuchet ms;">Por aí. Graças <s>ao sensacionalismo da mídia</s> às precauções a respeito da gripe suína (Gripe A, Influenza A H</span><span style="font-family:trebuchet ms;">1N1... a quem querem enganar, o nome pegou), a USP, a UN</span><span style="font-family:trebuchet ms;">ESP e a Unicamp adiaram o início das aulas para o dia 17 de agosto. OHNOEZ MAIS DUAS SEMANAS DE FÉRIAS! É, eu tava assim ontem. Sinceramente não sabia se ficava feliz ou triste, porque isso pode significar (quase) passar o natal na USP, ou coisas assim, já que originalmente as aulas acabariam no dia 9 de dezembro. No entanto, escolhi ficar feliz, já que nada que eu fizesse alteraria esse resultado. Eu tava na minha feliz ignorância, certo de que no CM seria assim também, porque tá no campus principal, cidade universitária, patati patatá, e tem que obedecer etc. Só que então me levantaram essa questão ("Filho, liga lá no curso pra ver se eles também vão começar as aulas só dia 17, porque eu não acho que eles vão parar"). Acontece que eu também não acho que vão fazer isso. Se a Física já não era dessas, imagina o CCM? E mesmo assim parte de mim se agarra à primeira ideia. Em suma, novamente eu tô numa situação constrangedora - ah, que alegria: não sei se o melhor seria partir logo, ou se seria ficar. Minha mente já estava querendo ficar, já havia se conformado e aprendido a gostar do resultado anterior, mas agora vem essa questão no ar, essa nuvem que tudo indica que só vai se dissipar amanhã, já que a notícia saiu ontem. E o mais legal é que não há nada que eu possa fazer para saber o veredito, apenas ligar lá amanhã à tarde - e torcer pra que já tenham decidido. Eu não gosto de ficar num falso dilema assim, onde as minhas escolhas se limitam a o que vou achar disso. Acontece que "isso" é uma coisa que <u>ainda</u> não existe, é a decisão da coordenadoria do curso, que talvez ainda nem esteja sabendo direito da notícia que teoricamente afeta toda a universidade.</span><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://www.rivernet.com.br/upload/Image/2009/megafone/Esperar_blog.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 210px; height: 202px;" src="http://www.rivernet.com.br/upload/Image/2009/megafone/Esperar_blog.jpg" alt="" border="0" /></a><span style="font-family:trebuchet ms;">Confesso que estou sendo muito apressado. Eu preciso aprender a esperar melhor, achei que soubesse. Eles não são obrigados a terem já decidido isso, eu que supus - pelo jeito, erroneamente - que como nós (o mundo) fomos informados ontem, eles (o povo ali de dentro) já sabiam fazia um tempinho, nem que fossem horas. Talvez soubessem. Não sei. No que tange a mim, o melhor é seguir pelo Carpe Diem. Viver cada dia como se fosse o último, passar cada dia em Londrina como se eu tivesse aula no dia seguinte. Oh bosta, viu! hahahah</span><br /><br /><span style="font-weight: bold;font-family:trebuchet ms;" ><u>(Supostamente) o diálogo do dia (de anteontem):</u></span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-weight: bold;">Eu </span>- <span style="font-style: italic;">Tem gente diz que o cachorro é o melhor amigo do homem. Eu acho que o homem é o melhor amigo do cachorro.</span></span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-weight: bold;">Vinícius</span> - <span style="font-style: italic;">Eu acho que o cachorro é a melhor expressão da frase "A ignorância é uma bênção". Olha só, ele fica aí, abanando o rabo... e não sabe de nada.</span></span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="font-weight: bold;">PS</span> - Ah, eu mudei de São Carlos pra São Paulo, caso ainda alguém pergunte.</span><br /></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-53911408378980309512009-07-11T10:14:00.000-07:002009-07-11T12:29:15.521-07:00O Tempo e os Papos Estranhos no MSN<div style="font-family: trebuchet ms; text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0);"><span style=";font-size:100%;" >Esses dias tive uma experiência (ui) que fazia tempo que não tinha - a de me separar (ui[2]). Sério, nem pensava mais nisso, nessa coisa de múltiplos egos, mas foi realmente divertido. Pra explicar a quem provavelmente não vai entender muito de qualquer jeito, adicionei um amigo meu (Vini) no msn e falei pra ele coisa que a minha irmã costuma falar: um jeito certo lá de <s>zoar</s> brincar com ele a respeito da namorada. Beleza, até aí nada. Mas aí ele responde "você não tem msn próprio? por que tem que ficar entrando no do chico?". Eu não entendi, falei pra ele que era eu mesmo, no meu msn. </span></div><div style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0);"><br /></div><div style="font-family: trebuchet ms; text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0);"><span style=";font-size:100%;" >Não durou muito. Eu acabei me rendendo ao próprio humor macabro, e comecei a imitar a minha irmã - falar como ela, rir do mesmo jeito que ela, usar gírias e palavras que ela usa. Pior que tava com o meu primo do lado, então ele foi ajudando no que eu não sabia direito. E tava realmente engraçado, eu abafava o riso pra não acordar quem estava dormi</span><span style=";font-size:100%;" >ndo por perto. E olha que pra mim é realmente raro rir alto no computador. Até que uma hora não deu mais, eu precisava sair e o cara tava entrando em parafuso, não sabia se quem falava com ele era eu, a Beatriz, ou a Nah. Engraçado que quand</span><span style=";font-size:100%;" >o eu mostrei que era eu mesmo, ele ainda não acreditou. Foi hilário.</span></div><div style="text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0);"><br /></div><div style="font-family: trebuchet ms; text-align: justify; color: rgb(0, 0, 0);"><span style=";font-size:100%;" >Eniuêi. Foi divertido, me fez lembrar de quando eu entrava naqueles dilemas bizarros de mais de uma voz falando ao mesmo tempo, de quando eu estudei Fernando Pessoa e meio que me identifiquei, de quando o maior "problema" da minha vida era alguma coisa que, na prática, não fazia diferença alguma. </span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://images.barnesandnoble.com/images/17500000/17503699.JPG"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 185px; height: 276px;" src="http://images.barnesandnoble.com/images/17500000/17503699.JPG" alt="" border="0" /></a><span style=";font-size:100%;" >E é estranho falar disso com nostalgia, porque realmente não faz muito tempo. Um ano, se muito. Acho que talvez um pouco mais. É, não dá dois anos. É estraño: esses dias resolvi recuperar meu hábito de leitura, e apelei de vez - peguei um que não sei se é de Física, Filosofia ou Linguística. E realmente não deveria saber, porque é uma reunião de artigos que trata da natureza do tempo. Chama (the) Arguments of Time, é da Academia Britânica. É bem óbvio que eu sou um leigo na área, mas gostei do livro. Ele levanta questões bem naquela linha do ób</span><span style="font-size:100%;">vio-que-não-é-tão-óbvio. Parte del</span><span style="font-size:100%;">e fala sobre a percepção do tempo, sobre se há diferença entre o "tempo pessoal" (o que passa pra pessoa) e o tempo de forma geral. E é disso que me lembrou esse papo de nostalgia.<br /></span><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://notasaocafe.files.wordpress.com/2007/01/tempo.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 322px; height: 253px;" src="http://notasaocafe.files.wordpress.com/2007/01/tempo.jpg" alt="" border="0" /></a><span style="font-size:100%;">Não sei, pra mim tá bem claro que o tempo passa mais rápido pra quem tem mais coisas pra fazer, e que de alguma forma quebrar a rotina faz com que o tempo seja notado mais lentamente. Daí essas duas coisas às vezes acabam se contrabalanceando, às vezes não. Na verdade não está tão claro quanto eu queria que estivesse. Esse é o problema de refletir a respeito de coisas que parecem consolidadas - fica evidente que só parecem. Isso dá pano pra discussão. Teve uma lógica lá que me deixou muito curioso, mesmo depois de duas pessoas pra quem eu tentei explicar não terem prestado atenção suficiente. Mas tudo bem, o negócio é sutil mesmo. Veja bem: qual a definição de passado e futuro? Ah, uma coisa é futuro/passado da outra se aconteceu depois/antes dela. Ótimo. Mas o que é acontecer depois/antes de alguma coisa? Ora, é ser futuro/passado em relação a ela. Mas ora. Então entramos numa coisa cíclica! É essa a ideia. Na verdade, tem mais coisas assim: a maioria dos artigos que eu li (não acabei o livro ainda) fala "isto aqui tá errado, aquilo ali também é mentira", mas não postula nenhuma verdade absoluta.<br /><br />Mas vamo tocando. Sem saber direito como, porque, onde ou quando, mas vamo tocando. Por sinal, vou ver se tiro mais uma música do Franz Ferdinand agora. Beijos no átrio *=<br /><br /><span style="font-weight: bold;">PS -</span> Citação do Dia:<br /><br />"<span style="font-style: italic;">As pessoas na internet têm a tendência de repetir as coisas</span><br /></span><span style="font-size:100%;"><span style="font-style: italic;">As pessoas na internet têm a tendência de repetir as coisas[2]</span>"<br />~ Tiago Foca<br /><br /><span style="font-weight: bold;">PPS - </span>Fazia pouco tempo que eu não postava. Por sinal, não tá formatando direito. Vai assim mesmo.<br /></span></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-13298465498225787852009-04-28T18:58:00.000-07:002009-04-28T18:59:58.930-07:00Casa da Susan Boyle<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://kibeloco.com.br/files/104/2009/04/susan-boyle-vovo-pao-de-queijo.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 575px; height: 546px;" src="http://kibeloco.com.br/files/104/2009/04/susan-boyle-vovo-pao-de-queijo.jpg" alt="" border="0" /></a><br />Sabe, é muito mais prático postar imagens quando você tá sem tempo.Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-39765533759756771862009-04-27T16:24:00.001-07:002009-04-28T18:58:16.136-07:00Barata Obama<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_Em_AzrMC2Oo/SSAnbomE69I/AAAAAAAAAGw/sIc70lt39nk/s1600/barata-o-bamap%C3%A2nicocqcsegunda.jpg"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 500px; height: 263px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_Em_AzrMC2Oo/SSAnbomE69I/AAAAAAAAAGw/sIc70lt39nk/s1600/barata-o-bamap%C3%A2nicocqcsegunda.jpg" alt="" border="0" /></a><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/SfZMMJyXypI/AAAAAAAAAFw/hsM68QmAxg4/s1600-h/barata-o-bama-ronaldo.png"><img style="margin: 0px auto 10px; display: block; text-align: center; cursor: pointer; width: 208px; height: 400px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/SfZMMJyXypI/AAAAAAAAAFw/hsM68QmAxg4/s400/barata-o-bama-ronaldo.png" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5329530980708895378" border="0" /></a>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-26288941623770633992009-04-23T17:16:00.000-07:002009-04-23T17:54:33.775-07:00Essa Tal Lei<span style="font-family: trebuchet ms;">Que tal escrever sobre o assunto teoricamente oficial do blog? Sério, não teria momento mais propício. Cá estou eu, noite pré-prova (ok, não é nenhuma prova aterrorizante), em um momento que deveria estar estudando. E AHA o que me ponho a fazer? Escrever sobre essa poha de lei de murphy que teima em reger as nossas vidinhas fu/úteis. Não sei, é que cada vez mais eu tenho tentado não driblá-la, mas aprender a mexer com ela. Sem brincadeira, dá pra dizer que é uma lei psicológica mesmo, se bem que tenho minhas dúvidas de quão psicológica ela é. Ou não.</span><img style="font-family: trebuchet ms;" src="file:///C:/DOCUME%7E1/a6783530/CONFIG%7E1/Temp/moz-screenshot.jpg" alt="" /><br /><div style="text-align: justify; font-family: trebuchet ms;"><br />(Já dizia o Arkael,"Ou não" é a Constante Fundamental do Universo. Ou não.)<br /><br />Comecemos assim: Lei de Murphy. De onde veio? A fonte mais provável (depois eu tenho que falar da improbabilidade; eu deveria anotar isso) é o Edward Alguma Coisa Murphy, um militar que se você procurar na internet - e tiver<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://3.bp.blogspot.com/_WmIyaZPESuQ/SCSxOtou0DI/AAAAAAAAA30/KSR2B4ez_pU/s400/edward-murphy.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 166px; height: 208px;" src="http://3.bp.blogspot.com/_WmIyaZPESuQ/SCSxOtou0DI/AAAAAAAAA30/KSR2B4ez_pU/s400/edward-murphy.jpg" alt="" border="0" /></a> decência suficiente pra não achar que é o Eddie Murphy - vai acabar encontrando. Reza a lenda que ele tinha a mentalidade de que "se alguém pode danar todo o processo, essa pessoa VAI fazer isso", ou, em outras palavras, se algo pode der errado, dará. Daí nasceu toda essa ladainha de lei de pão caindo com manteiga pra baixo, gato com pão nas costas não-caindo no chão, e infinitas coisas desgraçadas e desgraçadoras que acontecem bem nas horas mais desgracentas. comofas//<br /><br />Agora ontem já foi, a prova já foi, e acho que aprova. Eniuei. Costumo ser cético em relação a virtualmente tudo o que me apresentam de não-natural, sobrenatural ou contra-intuitivo. Por sinal, fiquei sabendo que conforme você avança no curso de física aumenta o desafio à sua intuição. Mas beleza. Quando me falaram dessa tal Lei, eu nem dei bola, mas de uns tempos pra cá tenho tentado não passar a perna no murphy, mas fazer bom uso dele - se é que isso é possível. Funciona assim: quando você vai fazer alguma coisa que pode dar errado, a regra (que fique assim) diz que vai dar errado. Pois bem. Mas... quando se tem consciência disso, é comum tentar evitar o erro, o que inevitavelmente falha também, muitas vezes pela erupção de outro erro, de forma nada esperada. <a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/SfENRD3tJVI/AAAAAAAAAFQ/BHIYsUrj050/s1600-h/348656391_b44caf0ffaB.JPG"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 246px; height: 320px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/SfENRD3tJVI/AAAAAAAAAFQ/BHIYsUrj050/s320/348656391_b44caf0ffaB.JPG" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328054420903896402" border="0" /></a>Ou então a sua precaução acaba ficando completamente desnecessária. É como quando você acha que vai chover e compra uma bela capa de chuva, mas nunca tem a oportunidade de usar. No dia que você deixar a capa em casa pode ter certeza, vai chover.<br /><br />Mas aí o sujeito sabe que isso pode acontecer e arranja uma outra precaução... e não chove. Tirada a precaução, "volta" a chuva. É tipo um paradoxo, ou um círculo vicioso: você está precavido e o problema desaparece. Some a precaução, ele reaparece. Coisas que se excluem. Tá, também não é assim. Dá pra lidar. Por exemplo, no caso da chuva, se você não quer se molhar, custa nada andar com a capa na mochila. É um preço baixo para um benefício relevante. Mas repara: tem muita coisa por aí - e por aqui - que é, digamos, ruleada (regida. não resisti) por essa frase cataclísmica que o cara acidentalmente enunciou. Não sei se aí entra nos ramos da (im)probabilidade, do ou não, não sei. Não vou postar agora, mas ainda mando uma lista de aplicações (?! talvez seja melhor aparições) dessa lei no dia-a-noite. Beigos.<br /></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6222966735504631523.post-45989351266961210632009-03-18T10:56:00.000-07:002009-03-20T10:05:05.283-07:00Pout-pourri de assuntos aleatórios<div style="text-align: justify;"><span style="font-family:trebuchet ms;">Apagaram o Discografias, o Clodovil morreu e até o Chitãozinho foi no show do Iron Maiden. Volta, mundo!</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Véi</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Eu particularmente gosto de quando as coisas evoluem rapid</span><span style="font-family:trebuchet ms;">amente. </span><span style="font-family:trebuchet ms;">Às vezes esse gostar é meio suicida, em especial quando se trata de alguma coisa que se for beeem devagarziiinho (a.k.a. seus problemas) é muito melhor. Mãss, mesmo assim, quando a coisa tá feia de vez, fica aquele gostinho, aquele prazer de </span><span style="font-family:trebuchet ms;">desafio. Mas não se trata disso - o google ainda existe, </span><span style="font-family:trebuchet ms;">muitas pessoas que nasceram no dia 17 de junho ainda estão vivas (por exemplo, eu) e a boa e velha - e velha - donzela de ferro, se veio ano passado e este ano, bem que pode vir mais vezes. Bora indução finita neles!</span><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://4.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/ScE9BWWL56I/AAAAAAAAAFA/hqYId7PdOmE/s1600-h/imagem.bmp"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 400px; height: 325px;" src="http://4.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/ScE9BWWL56I/AAAAAAAAAFA/hqYId7PdOmE/s400/imagem.bmp" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5314596128661694370" border="0" /></a><div style="text-align: right;"><br /></div><span style="font-family:trebuchet ms;">É verdade que eu poderia ter ido, se me organiza</span><span style="font-family:trebuchet ms;">sse melhor. Também é fato que eles tocaram algumas das minhas músicas favoritas. Por outro lado, show é pra isso, pra tocar as favoritas de todo mundo, então não dá pra esperar que fosse diferente. Por sinal, tem show do Radiohead vindo ae, e eu também não vou. Acho que se eu ouvisse ou conhecesse a banda o suficiente pra saber o nome de alguma música talvez quisesse ir. 8)</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Dizem que é boa, deve ser. </span><span style="font-family:trebuchet ms;">Enquanto isso, na cidade do clima, eu vivo na minha rotinha alegre. Lembra(m) aquele post</span><span style="font-family:trebuchet ms;"> que eu prometi algumas vezes fazer e até comentei a idéia depois? Entonces. Ela cresceu e virou do avesso. Até que seu interior não é tão ruim. Digo isso porque tem uns interiores que valha-me: outro dia eu tava no meio de uma conversa sobre teorias de conspiração, e, como em toda conversa sobre isso, não posso deixar de dar risada. <span style="font-weight: bold; color: rgb(51, 51, 255);font-family:verdana;" >Não que eu não fique rindo em qualquer outra conversa, claro, é raro isso não acontecer. No mínimo risada interna.</span> Mas enfim, teve uma hora que falaram uma teoria escambrosa sobre o flúor na água manipular as nossas mentes (UHUHUHUHUH), e eu não me contive. De boa, tava engraçado. Mas aí foi eu sugerir a possibilidade das teorias de conpiração serem uma conspiração - já explico - q</span><span style="font-family:trebuchet ms;">ue um "fala com a minha mão" geral se sobrepôs, e fim de conve</span><span style="font-family:trebuchet ms;">rsa. Melhor assim. Não só pra mim :S</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;"><span style="color: rgb(255, 0, 0);">A teoria é a seguinte. Ah, não leia se você não gosta de teorias de conspiração, de hipóteses zoadas ou de exercícios/modelos/simulações mentais/Gedankenexperiments.</span></span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Todo mundo que se preza já ouviu uma teoria de conspiração. São as canetas BIC que querem dominar o mundo, as empresas farmacêuticas que contratam modelos pra parecerem felizes e fazerem você comprar Prozac, ou coisas mais legais, como a Área 51, ETs, Illuminnati, entre outras coisas que controlariam o mundo por trá</span><span style="font-family:trebuchet ms;">s da - nem sempre - telinha do seu pc. Eles teriam mecanismos man</span><span style="font-family:trebuchet ms;">ipulatórios (UHUHUHUHUH)[2] para deixar a massa alienada, de forma que ela não interfira em</span><span style="font-family:trebuchet ms;"> seus desígnios, e faça com que eles (eles? quem são eles? <span style="font-weight: bold;">DD:</span>), eles... sigam suas vidas privilegiadas e não-manipuladas sem que ninguém interfira em seus desígnios. Aí se ELES podem conversar com extraterrestres, soltar um kamehameha ou apenas ganhar dinheiro às suas custas, é só detalhe. POOOORÉM e se essas teorias estiverem aí só pra ocupar a mente de quem deixa espaço vago nela - cabeça vazia, oficina do diabo - e distrair a pessoa de problemas mais interes</span><span style="font-family:trebuchet ms;">santes ou importantes? Tipo Co</span><span style="font-family:trebuchet ms;">pa do Mundo de Futebol e Olimpíadas, que são nos anos de eleição. O Seu Ronaldão e o Roberto Carlos fazendo merda são praticamente excomungados (porque ser brasileiro às vezes é religião), enquanto o curral eleitoral pasta contente. Sem falar nos mensalões e CPIs que estouraram tanto antes. Se duvidar, futebol nunca foi tão útil pra política brasileira quanto naquela época.</span><br /><br /><br /><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="http://1.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/ScPGylnVtkI/AAAAAAAAAFI/HpbrlSiKims/s1600-h/charge_pizza.jpg"><img style="margin: 0pt 10px 10px 0pt; float: left; cursor: pointer; width: 320px; height: 221px;" src="http://1.bp.blogspot.com/_-40AGIOaX_A/ScPGylnVtkI/AAAAAAAAAFI/HpbrlSiKims/s320/charge_pizza.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5315310557620188738" border="0" /></a><span style="font-family:trebuchet ms;">E aí? E se for tudo uma conspiração? TÃ-NÃÃÃÃ!</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">E se... for que nem a Matrix? Como o povo não se acomoda com uma vida sem muitos problemas, vamos dar uns problemas a mais! Aí eles não vão questionar o que não é bom que questionem. Vamos deixá-los preocupados com lavagem cerebral na água, enquanto fazemos a nossa... a seco! (Ok, a piada foi péssima. Mas evitar piada é que nem segurar peido. Você aguenta na boa, mas sabe que o melhor é soltar. :D)</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">Do que que eu tava falando mesmo? Talvez alguém já tenha percebido que neste post eu só escrevi adoidadamente, pulando de assunto pra outro como o Clodovil trocava de roupa (eu imagino). Bem, ele agora vai ficar com o seu paletó de madeira pra sempre. Então para o post aqui, porque o assunto também acabou.</span><br /><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">PS - ...! falei tanto que o tema deste post fica pra outro.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">PPS - Não deixe(m) a demora criar expectativas.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">PPPS - Descobri que pout-pourri e medley significam a mesma coisa. Que bosta.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">PPPPS - O título do post é meio que definição do meu blog. Mas talvez medley ficasse menos gay que pout-pourri.</span><br /><span style="font-family:trebuchet ms;">PPPPPS - É legal fazer post-post-scripta.</span><br /></div>Chicohttp://www.blogger.com/profile/07076156050895383263noreply@blogger.com0