sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
A boçalidade, em si, não é anacrônica
Acho que vou deixar a idéia das perseguições amadurecer, pro post não parecer infantil, e falar agora da Conmel. Eu ia mesmo acabar falando nela, afinal ensaios pra dita cuja consumiram uma parte relevante do meu tempo restante em Londrina, antes do carnaval. Teve algumas coisas, no encontro, que realmente incomodaram, em especial o pessoal mais velho. Umas regras demais, umas restrições sem sentido e outras ilogicidades menores. Não vou ficar aqui falando mal abertamente, porque não foi ruim, de fato. Vou é mandar um e-mail pro pessoal da coordenação de lá e falar o que tem que melhorar. Não vou colocar aqui, eles não leem o blog. 8)
mas espero que leiam o e-mail.
O que eu achei mui interessante foi um comentário que meu pai fez baseado em um que eu fiz: tinha um moleque lá que eu lembro da Conmel de 2006, e o cara era uma criançona. A gente tinha até batizado ele de samurai, depois dele andar pra lá e pra cá brandindo um cabo de guarda-chuva quebrado como se fosse uma espada. Era realmente engraçado. E veja só, hoje ele não é mais explicitamente doidão, e é gente fina. O que meu pai disse disso foi que encontros como esse, anuais, são uma ótima forma de ver como as pessoas crescem - e eu concordo. Tem gente ali (foi o caso) que eu só vejo uma vez por ano, e às vezes nem isso. A gente descobre os gostos musicais que mudaram, o cabelo que cresceu - ou o contrário, néé - o fulano que deixou de ser um idiota acéfalo, o outro que passou a ser um boçal completo... por aí vai. E eu fico feliz de saber que algumas pessoas não mudam, enquanto outras mudam pra melhor. É bom saber que a porção que involui é menor. Se não fosse assim, seria MUITO complicado, porque a boçalidade tende a estragar as atividades do resto do mundo, quando todo o grupo tem um propósito e aquele indivíduo abençoaaado tá mais preocupado em soltar uma piada que dá pra comparar com um peido, lembrando que do peido dá pra dar risada, dependendo do caso. Mãããs enfim, já disse que não gosto de ficar fazendo criticazinhas indiretas. Daí eu ia até mandar uma mensagem pra todos os boçais do mundo - ahaha tá bom - tá, todos os boçais que lessem aqui (com exceção, talvez, do nosso querido e fictício Boça, que não é tão boçal quanto ignorante), mas mudei de idéia também. Porque boçal que se preze (?!) não vai ficar lendo blog, quando for usar o computador. Se extrapolar o círculo orkut-msn, ele vai no máximo pro youtube, pra algum fotolog que ainda exista, ou em última instância pra alguma coisa na linha do mundo canibal. Tem também os sites pornô, mas prefiro não saber se eles gastam seu tempo precioso nisso.
Sei lá. Não gosto de boçalidade. É irritante de vez em quando, porque não é raro quem é boçal também ser boa gente, bom amigo, etc. É mais na linha do cara acêntrico, como uma vez um amigo meu disse do cara na sala. "Ele não é egocêntrico, de só prestar atenção no que acontece com ele. O cara é acêntrico! Não sabe nem o que tá acontecendo com ele!". Pessoas acêntricas estão abundando aí mundo afora. Eles são melhores do que os egocêntricos, e costumam ser bem divertidos. Só costumam não ter noção das coisas. Cuidado com eles.
Eu ia dizer que não tinha gostado deste post, mas acho que mudei de idéia. Acho que é porque eu mudei de assunto /hum
sábado, 7 de fevereiro de 2009
W00T?!
07 de fevereiro, 01h05 min
É noite. Só agora eu pude parar pra fazer uma coisa da qual gosto muito se sinto falta: escrever. Ainda mais: num caderno. antes de em qualquer teclado. Não sei, a minha caligrafia me conforta, por mais estranho que isso pareça. É como se cada curva acentuada, cada reta abrupta ou letra exagerada gastasse um pouco da minha energia nisso. Por sinal, me expressei mal; hoje eu fiz sim coisas das quais gosto muito, como rever amigos. Curioso é que muitos eu realmente não sei quando verei novamente, e é impossível se despedir de todos. Mas é a vida. E talvez seja melhor assim, despedidas uma hora devem perder o sentido.
Na verdade, é disso que quero falar.
Hoje, lá estava eu em um alegre computador, alegremente vendo onde encontrar os ônibus que chegam a São Carlos - uhul, faculdade fora - quando, no site da USP de lá, vi "calendário". Fui ver, ainda alegremente. Fevereiro: não tem aula no carnaval, haha, bacana. Aulas começam no dia 16. Hmm. Olhei para o calendário. em março, e olha, o 16 é duas semanas depois do dia 2. Minhas aulas começam duas semanas depois da UEL! Que coisa! Mas não. Era fevereiro. 16/02. As aulas começariam - começam - não daqui a um mês, mas daqui a dez dias. Dez dias. Aquilo na minha frente, e um vago PQP vagava pela minha mente, enquanto um fudeu! pass(e)ava pelo outro lado. Descontados os finais de semana (e o próprio início das aulas), cinco dias. Na média de descontos, uma semana. De um mês pra curtir Londrina e passar tempo com o povo daqui para uma semana. Sério, eu não tava preparado psicologicamente para isso. Sei que gosto de surpresas, mas aquilo foi um choque. Passei uns bons minutos soltando uns OOOOWWWWRRRR por falta de vocabulário que exprimisse o que se passava aqui dentro - eu tentava absorver essa informação e reestruturar a realidade interna.
Sabe que, no final das contas, o choque é bom. Desafia, (me) estimula a (me) adaptar ao novo. Tira do marasmo mental, deixa mais ligado.
E outra, não seria tudo fácil assim. Tava claro que não.
Eu bem que tava mesmo achando o ultimamente muito fácil. Mas pensa - pensei, encaixar um mês em uma semana. Menos, considerando o tempo de ver casa, comprar as coisas que precisa e fazer matrícula.
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Bem, com um leve passar de tempo fui encaixando tudo nos conformes - se é pra ser assim, que seja assim (Hah!). Melhor tomar controle da situação, em vez de deixar que a situação tome controle sobre mim. Mas sério, que CAOS! Eu fui tomado por um surto de "mãe, não quero", aquela coisa infantil-egoísta de não gostar quando a vida não segue o ritmo desejado, que faz a criança falar o clássico "então não brinco mais". Quando é criança, claro, porque adulto usa palavras mais chiques pra falar a mesma coisa. E bateu uma pré-saudade forte, de tudo que me liga à Londrina e ao Paraná, e obviamente esse tudo vale mais quando significa todos. Eu vivo aqui, caramba. Minha realidade, minha visão de mundo, tudo vive aqui. E de Repente tem esse mundo novo pra dentro do qual eu tô pulando.
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O que eu não vi naquele momento foram os feriados a vir, e até uma semana sem aula. Sem falar é claro nos muitos finais de semana nos quais vou poder vir aqui - em tese, em todos que os estudos me permitirem. Ia falar em luz no fim do túnel, mas não. Tá mais pra... pit-stops. Queria uma comparação que desse maior valor a esse tempo, mas não achei. Pero que si, pero que no, 2009 vai ser foda. Seja o sentido que isso tome.
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Agora (mais de vinte horas depois) algumas coisas já aconteceram. É verdade que eu planejava sair hoje à noite e acabei não indo, o que deixou a minha vontade de sair ao máximo enquanto der meio no afogamento, mas azar. Tenho coisas pra fazer, como postar isto aqui. Tenho coisas mais importantes também. D: Mas fomos hoje cedo comprar algumas coisas, e no final eu provavelmente não vou precisar sair pra compras tão logo, não preciso escolher estampa de toalha de banho. E tô mais... calmo, não sei. Já assimilei parte boa da informação, e é hora de deixar o pragmatismo tomar conta. Ou talvez nem tanto. Minha mãe me disse hoje uma coisa que faz muito sentido - que o primeiro ano de faculdade vai passar muito rápido. Não duvido. E ainda bem que existem finais de semana. :D
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Adias? Há dias...
Tava eu pensando cá com meus botões (adoro essa expressão. não faz muito sentido, por sinal) nas coisas que tenho pra fazer este mês. Matrícula, lugar pra morar e outras coisas ligadas à faculdade, livros pra devolver, além de uns outros projetos paralelos. Na verdade nem é tanta coisa. Enfim. Outro dia, no meio de uma conversa, eu ouvi um "depois do carnaval, você vê aquilo pra mim?". Na verdade não era "vê aquilo" e as pessoas em questão teoricamente têm motivos pra protelar o que quer que seja - minha memória seletiva já se esqueceu disso - mas acabei pensando sobre essa coisa de deixar pra depois. Quando tava entrando o ano, todas as coisas eram pra ser começadas no dia primeiro. Ou quando acabassem as festas. Ou, dependendo do caso, a viagem, as férias... Esse esquema. Mas chegou fevereiro, e os motores só começam a girar quando passar o carnaval. Pra quem está em aulas, são as provas que começam. Pra quem não tá, tcharaan, são as aulas. Pra quem já passou dessa fase costuma ser mais simples, você é obrigado a trabalhar e o carnaval é só parte disso.
Mas partamos para as resoluções pessoais. Eu acho esquisita essa coisa de depender de um evento A pra começar o evento B. Desde quando a gente é computador pra fazer isso? Uma vez o irmão de um amigo meu perguntou se eu bebia. Eu neguei, e ele disse "mas vai começar quando entrar na faculdade, né?", como se isso fosse a coisa mais natural do mundo. Entrou na facul? Trote, bebedeira, putaria, putaria e bebedeira. Nada contra quem quer beber só é bom que o sujeito tenha noção. Eu não conheço ninguém que não saiba que beber demais deixa bêbado (OH!) e que bêbado fala e faz merda (OHHH!) regularmente. E foi o caso, a personalidade aí bateu o carro do pai depois. Mas voltando ao assunto: por que cargas d'água - outra expressão sem sentido que eu conheça, mas sempre muito divertida - imagine uma carga d'água - alguém esperaria entrar na faculdade para começar a beber? O único motivo plausível para isso, que eu consiga imaginar, seria um cara vindo de uma família super rígida (não pode beber) e manipuladora (eles sabem onde você está, não adianta se esconder) que vá fazer faculdade fora. Só que se for assim, a menos que papai e mamãe tenham cheirado maconha e fumado cocaína, eles vão continuar com o GPS ligado, então... Então sei lá, não faz sentido e boa. Se quer tanto beber, por que colocar uma data pra começar? O raciocínio é o mesmo pra dieta e pro estudo. Se quer MESMO MESMO, começa quando pensar nisso! Agora, se quiser dar aquela semana de folga antes de seguir firme, ótimo, boa sorte. Só não deixe a semana durar mais de sete dias.
Outra possibilidade é o cara ter entrado e de repente começado a voltar bêbado pra casa, mas aí é maria-vai-com-as-outras. Bem diferente. Anyway, isso serve pra qualquer coisa. Se você ignora a data de começo, é um obstáculo a menos, a vida se acelera. Dá pra usar o tempo livre melhor do que esperando, ou esperar fazendo qualquer coisa de útil. E normalmente não tem por que adiar a vida, mesmo quando parece ser melhor, à primeira vista.
PS - Uma boa frase: "Adoro pular o carnaval. Durmo no sábado e só acordo na quarta-feira"